Chile – Cardeal Ezzati: “o Papa vem como pastor, não como político”

04 julho 2017

(ANS – Santiago) – Trinta anos depois do encontro com João Paulo II, o arcebispo de Santiago, Card. Ricardo Ezzati, SDB, prepara-se para receber o Papa Francisco em janeiro próximo.

Francisco Siredey

É possível comparar o impacto da visita de João Paulo II com a próxima de Francisco?

A visão das pessoas em relação ao Papa mudou: de uma imagem sacral passou-se a uma figura mais próxima, mais humana... Creio que seja uma boa coisa: o Papa é um pessoa humana com uma tarefa muito especial e também com uma dimensão profética para muitos aspectos da vida humana.

Por que é importante a visita do Papa ao Chile neste momento, neste novo contexto nacional?

O Papa é chamado a guiar o povo de Deus com sabedoria e misericórdia. O contexto é, certamente, uma dimensão que não pode ser ignorada; e que é sobretudo o ponto de partida de um desafio e a metodologia de um acompanhamento pessoal e comunitário permanente, feito à luz do Evangelho... Tenho certeza de que a sua palavra haverá de nos oferecer critérios evangélicos para o bom caminho do Chile.

Quais questões o Papa encontrará na Igreja do Chile? Muitos comentam que vivemos uma diminuição de fiéis e uma carência de vocações sacerdotais...

O fenômeno é complexo e exige uma reflexão responsável para determinar as causas. Pode-se reconhecer com realismo que o percentual de católicos e crentes em geral diminuiu de modo significativo, em particular nos últimos 4 decênios... Outros fenômenos são mais locais, compreendidos, sem dúvida, o terrível mal dos abusos por parte do clero, que perturbou a muitos e afastou muitas pessoas da prática cristã, criando um clima de desconfiança e minando a credibilidade da Igreja. A falta de vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada foi e é também um desafio de grandes proporções. Contudo, seria injusto reduzir a vida da Igreja no Chile somente a esses aspectos.

Então, que Igreja o Papa encontrará no Chile?

Encontrará uma Igreja viva, presente e atuante em muitos campos da missão evangelizadora, que procura sair para as novas “periferias”, entre paróquias e capelas, escolas, universidades e centros de formação técnica e entre milhares de iniciativas a serviço de anciãos, abandonados, marginalizados, excluídos nas prisões ou nas casas para menores e de muitos migrantes que acompanha e sustenta.

Fonte: La Tercera

InfoANS

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