Índia – Tempo de voluntariado, tempo de discernimento

13 março 2018
O P. Tom Uzhunnalil e Joe

(ANS – Ajjanahalli) – “Desde que me senti por gente, sempre desejei ser sacerdote. É alguma coisa para a qual me sinto chamado. Por muito tempo sufoquei esse apelo, buscando uma vida mais ‘normal’. Foi só na universidade que compreendi que vivendo assim não poderia ser feliz”. Quem fala é Joe, jovem do programa de voluntariado salesiano “BOVA” (Bosco Volunteer Action), da Inspetoria da Grã-Bretanha (GBR).

Queria seguir a minha vocação ao sacerdócio, mas sentia outrossim a necessidade de ter mais tempo para discernir. E achei que poderia fazer isso no voluntariado. Pela Internet achei “BOVA”. Depois de dois fins de semana de formação na «Savio House», de Bollington, ficou decidido que deveria ir à Índia por um período de dez meses. No mês de maio passado parti para Ajjanahalli, perto de Bangalore.

No Centro Salesiano há cerca de 80 rapazes/adolescentes: aqui estamos para servi-los e cuidar deles. Alguns estão inteiramente sós. Outros têm parentes, mas estão sem pais. Alguns foram tirados do trabalho infanto-juvenil ou de várias formas de abuso. Outros ainda salvados da rua. Aqueles que têm uma casa em geral provêm das favelas.

Entretanto, aqui a pobreza material não é um problema. Os jovens recebem comida e roupa de que possam precisar, vão às aulas com o uniforme limpo e com todo o material escolar necessário. Têm livros para ler e roupa de cama, brinquedos e material esportivo.

Mas não querem nada disso.

O que lhes falta é qualquer coisa que não se pode medir. Como observou certa vez o Reitor do Centro, P. Devassy Kadaparambil, “a pobreza dos nossos jovens é moral, social, emotiva”. Sofrem de falta de amor, de carinho. Nós cuidamos deles com o máximo das nossas capacidades: mas isso não pode compensar a falta da família. Todos eles são o testemunho da tragédia que se verifica quando a família não ocupa o primeiro lugar em nossa Sociedade.

Pessoalmente: não vim aqui para fugir da realidade, mas com o objetivo de crescer na minha vida espiritual. E o estou conseguindo: e dizer que não esperava tanto. Não foi na calma da Capela que me senti mais perto de Deus, foi no trabalho que eu cá estou a fazer. Todos os dias, ao crescer no amor e no fortalecimento do meu relacionamento com estes rapazes, enamoro-me também de Deus.

Fonte: Salesians.org.uk

InfoANS

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