Papua–Nova-Guiné – O empenho de Dom Panfilo para tutelar a população local e a Criação

17 maio 2018

(ANS – Rabaul) – “A cada discussão relativa a uma iniciativa empresarial se deveria antepor uma série de perguntas para poder discernir se ela de fato trará um real desenvolvimento integral: Qual a finalidade? Por qual motivo? Onde? Quando? De que modo? A quem se dirige? Quais os riscos? Qual o custo? Quem paga as despesas e como o fará?”. Dom Francesco Panfilo, salesiano, Arcebispo de Rabaul, cita a Encíclica «Laudato sì’», do Papa Francisco (LS, 185) para explicar por que, com os demais do Episcopado local, se opõe a uma arriscada operação de perfuração no mar.

Que é o “Seabed Mining”

É a tentativa de extrair minerais (mining) do fundo do mar (seabed). Trata-se de uma espécie de nova corrida ao ouro. Em sentido literal… é sobretudo o ouro que algumas companhias mineradoras quereriam extrair, além do cobre, do zinco, da prata e de outros minerais preciosos. Para a extração servem grandes máquinas, com dentes rodantes capazes de triturar a rocha do fundo do mar. Mas há muita incerteza sobre o que poderia acontecer ao ecossistema marinho, que naquelas profundidades é particularmente delicado e que, segundo muitos cientistas, ficaria gravemente danificado.

O que está sucedendo na Papua-Nova Guiné?

O governo deu uma licença de 20 anos à multinacional “Nautilus Minerals Inc.”, para explorar um trato de trinta quilômetros, no mar de Bismarck, a uma profundidade de 1.600 metros. O projeto, ainda em fase de pesquisa, se chama “Solwara 1” e, se se fizesse, seria o primeiro projeto de extração minerária submarina no mundo. O mar e as costas foram divididos em setores interessados pelas explorações, ao longo de linhas que cortam áreas de pesca, sítios sacros, percursos de navegação, confins consuetudinários, sem que disso os habitantes tenham sido informados. Lembrados de semelhantes dramas acontecidos no passado, a sociedade civil teme que esse projeto traga mais danos que benefícios.

Qual é a posição da Igreja?

É contrária. Antes de tudo o governo não consultou a população. Como acenei, a gestão de outros enormes projetos – como a mina de ‘Ok Tedi’ ou a produção de óleo de palmeira em larga escala – não trouxe os benefícios que o povo se esperava. Além disso, não há realmente certezas de que essas operações no fundo ao mar não danifiquem a vida no oceano.

Quais os objetivos da campanha?

O objetivo último é que o projeto não prossiga.

InfoANS

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