Bolívia – Diminuição da violência contra mulheres nas comunidades rurais

25 novembro 2016

(ANS – La Paz) – Embora subsista na concepção andina ter do mundo uma visão paritária entre os gêneros, na prática, na Bolívia, prevalece o patriarcado: o homem detém a autoridade e exerce o seu poder sobre as mulheres, gerando uma relação desigual e violenta. “Vim para servir o homem, de aqui só sairei morta... Se eu falar, perco a minha honra, e o mesmo será da minha sorte” – é o testemunho de uma mulher que participa do projeto. A Bolívia está no topo dos treze países da América Latina em relação aos casos de violência física contra as mulheres e o segundo em termos de violência sexual.

Desde o início de março de 2016, a “Fundação Machaqua Amawta”, com o apoio da “Agência Extremadura para a Cooperação Internacional ao Desenvolvimento (AEXCID)” e da coordenação da Ongue salesiana “Solidariedad Don Bosco”, leva adiante um projeto cuja finalidade é reduzir a violência contra as mulheres nas comunidades rurais de Chuma, Ayata e Aucapata, província de Muñecas, Departamento de La Paz.

A Fundación Machaqua Amawta individuou a necessidade de oferecer algumas respostas à discriminação e à violência, vividas por muitas mulheres em suas casas, como se fosse um fato normal; em especial, à violência sofrida pelas mulheres da província de Muñecas.

O projeto visa principalmente chegar a três objetivos. Primeiramente, promover relações de gênero mais justas nas comunidades educativas. Depois, procurar potenciar as organizações sociais na erradicação da violência intrafamiliar e a discriminação política. E, por fim, reforçar os serviços legais para que desenvolvam atividades de prevenção da violência sobre as mulheres e deem a elas uma assistência adequada e eficaz.

As mulheres que participam do projeto esperam obter uma mudança positiva na atitude dos homens. E isso poderá reforçar a harmonia familiar, favorecendo a transmissão de bons valores às gerações futuras, ou seja, valores de respeito, tolerância, solidariedade.

Veronica Ojeda, da Junta Provincial de Muñecas, afirmou: “... a mulher quer participar das reuniões, mas os ciúmes e a desconfiança do marido criam dificuldade... Os homens pensam mal. Muitas mulheres dizem que devem suportar: ‘enquanto não me matar, devo estar com este homem’”.

InfoANS

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