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Nicarágua – “Por entre angústias e dores o Povo da Nicarágua não perde a esperança”

12 julho 2018
Na foto: celebração da festa da bem-aventurada Ir. Maria Romero Meneses, FMA

(ANS –Manágua) – A nação nicaraguana está vivendo uma das mais profundas crises da sua história. Um povo que, por ter denunciado as arbitrariedades do governo, é reprimido, esmagado, preso. Ninguém pode sair para “protestar”, nem sequer com a presença de organizações internacionais pelos direitos humanos. A população está profundamente angustiada.

O diálogo nacional foi interrompido. Os Bispos da Conferência Episcopal continuam sua missão pastoral acompanhando o povo. Mas segunda-feira, 9 de julho, ao visitar o ‘departamento’ (município) de Carazo, em Diriamba, foram maciçamente assediados por paramilitares, polícia e grupos ligados ao governo.

Em sua chegada, foram atacados de modo premeditado, física e verbalmente. A Delegação era guiada pelo Núncio Apostólico, Dom Waldemar Stanilaw Sommertag; pelo Arcebispo de Manágua, o Cardeal Leopoldo Brenes; e por seu Auxiliar, Dom Silvio Báez, junto com outros sacerdotes, que deixaram a delegação para ir libertar pessoas que se haviam refugiado na Basílica menor de São Sebastião.

A pressão foi tanta que se chegou às vias de fato. No meio da luta, o Bispo Auxiliar e vários sacerdotes ficaram feridos e foi-lhes impedido de entrar no templo. (Os grupos ligados ao governo fazem crer, com seus atos, que a Igreja concorda com a violência.)

No mesmo dia, a Igreja paroquial São Tiago Apóstolo, em Jinotepe, foi “saqueada” por grupos paramilitares e filiados ao governo, que entraram com violência para destruir quanto pudessem.

O governo de Daniel Ortega lançou uma forte e clara ameaça à Igreja Católica. Por todos os meios possíveis, querem que a população creia que é Ela quem promove a violência. Por sua vez, os Bispos reafirmam o seu empenho relativo à população, ficando perto de quem sofre, de quem está assediado pela ideologia de um governante que se agarra ao poder, que já perdeu toda a credibilidade e que está a promover uma “paz camuflada”.

Os Salesianos continuam a acompanhar firmemente as pessoas e a adotar medidas de segurança. A Obra de Manágua voltou às normais atividades. Em Masaya, a violência continua, enquanto que as ameaças de saquear as igrejas persistem, mas latentes. Em Granada, a Obra salesiana prossegue com suas atividades; mas as Celebrações Eucarísticas se realizam a portas fechadas.

No meio da angústia e da dor, o Povo nicaraguense não perde a esperança. Hoje, quarta-feira, 11 de julho, está prevista uma incursão do exército, em Moninbó, bairro de Masaya. No dia 13 de julho ao invés haverá uma greve nacional de 24 horas.

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