Chile – Quando nossa fragilidade se torna viral: o Deus a quem clamamos não nos abandona!
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29 maio 2020

(ANS - Santiago) - "Você acha que o que está acontecendo com o coronavírus no mundo chegará também aqui?". Lembro-me desta pergunta, feita por uma colega na sexta-feira, 13 de março de 2020. Dois dias antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia declarado oficialmente uma pandemia, uma vez que já tinham sido relatados casos em 114 países de quatro continentes. O vírus foi identificado como Sars-Cov-2 e gera a doença respiratória aguda Covid-19.

Este agente infeccioso, antes desconhecido, tem causado problemas de saúde pública em todo o mundo. Vimos, e continuamos a ver, milhares de caixões sendo levados aos cemitérios e crematórios, acompanhados por poucas pessoas. Os Mortos nunca são números. São Pessoas e têm nomes, biografias, famílias. São filhos de Deus. Tudo isso é assustador. A civilização e nossa própria existência estão desmoronando como um castelo de cartas.

“Há já semanas que densas trevas se apoderaram de nossas vidas... Revemo-nos temerosos, perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada, furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados" – resumiu bem o Papa Francisco.

O Covid-19 evidencia nossa vulnerabilidade e coloca-nos em situações extremas: doença, dor, fracasso, morte. Da mesma forma, o medo evidencia nosso egoísmo, em maior ou menor grau. Estoque de produtos, aumento de preços, demissão de trabalhadores, exposição irresponsável ao contágio. O coronavírus não somente nos infectou: também nos fechou perante os outros.

O isolamento social obrigou-nos a realizar muitas atividades remotas, atividades profissionais online, bem como processos de aprendizado de escolas e universidades em e-learning.

"Não tenho medo de ficar doente. De que, então...? De tudo aquilo que o contágio pode mudar. De descobrir que o alicerce da civilização que conheço é um castelo de cartas. Tenho medo da anulação, mas também do seu oposto: que o medo passe sem deixar para trás uma mudança" – escreve Paolo Giordano em seu último livro “No contágio”.

Deus não envia sofrimento ao mundo. Acreditar nisso seria assumir que ele pode evitá-lo e não o faz. Seguindo as palavras do teólogo franciscano Michael Patrick Moore, Deus está presente, sofrendo e também salvando. Ele sofre com dor e angústia por nosso egoísmo, discriminação, falta de empatia diante da dor dos outros, arrogância e irresponsabilidade. Ele salva por meio daqueles que arriscam suas vidas para que outros possam viver.

O Deus a quem tão frequentemente nos voltamos não nos abandona, porque Ele não é somente o Deus da vida: Ele é o DEUS NA VIDA. Apenas precisamos saber como reconhecê-LO na vida e, agora, nesta pandemia.

Claudio Jorquera, Liza Muñoz, Gustavo Cano e Lorena Jiménez.

InfoANS

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