Síria – A vida de Samar, Rashad... e de milhões de sírios ainda está em perigo...

09 julho 2020

(ANS - Damasco) - Na Síria, após um primeiro caso registrado de contágio por Covid-19, há 372 casos e 14 vítimas; mas, como noutros países, os dados não são completamente transparentes e nas últimas semanas o contágio está a aumentar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um surto em grande escala poderia ser catastrófico para a população: metade dos hospitais foram destruídos pela guerra e mais de 50% do pessoal médico ou foi morto durante o conflito ou deixou o País.

Se o vírus se espalhasse pelos Campos de refugiados, seria impossível contê-lo, porque o distanciamento físico é impraticável. Por esta razão, mais de 200.000 pessoas estão a abandonar esses campos para procurar outros abrigos temporários ou para regressar a suas velhas moradias quase completamente destruídas pelos bombardeamentos.

A progressiva deterioração da economia não parou. A principal preocupação de toda a população é a instabilidade econômica e a falta de bens de primeira necessidade.

A história de Samar é uma amostra transversal da realidade síria: mulher de 51 anos, vive na zona de Alidan, em Alepo, com três filhos (20, 18 e 15 anos). O marido morreu em 2016. Ela não trabalha. A única fonte de renda para a família é o trabalho dos três rapazes. Os três trabalhavam num restaurante, que foi fechado no início das medidas de contenção: os três perderam o emprego, um emprego que lhes permitia ter um pequeno rendimento diário para sobreviver.

Desde o início de junho, o governo tem permitido a reabertura das atividades, mas agora é o país que está a entrar em colapso. A desvalorização da moeda provocou um aumento vertiginoso nos preços de todos os bens e isso afeta concretamente a vida de muitas famílias sírias, como a de Samar - sobretudo depois de perderem a única fonte de renda - ; ou como a de Rashad, proprietário de um pequeno mercdo de lacticínios e queijaria.

Rashad é um beneficiário do Projecto de apoio ao empreendedorismo juvenil realizado pelos Salesianos de Alepo e Damasco. Aluno do Centro Don Bosco, em Damasco, é casado e tem dois filhos. Graças ao seu percurso empresarial, conseguiu iniciar o seu pequeno negócio, que inesperadamente começou a render discretamente, até que, com o aparecimento da epidemia, todas as empresas tiveram de fechar.

O fechamento das atividades foi um duro golpe e a retomada não é fácil: a mudança drástica nos preços torna-se um enorme problema porque implica que os clientes acabam por ter um baixo poder de compra. Ele próprio não pode manter os preços constantes, porque com o lucro de um dia não pode comprar produtos dos fornecedores para o dia seguinte...

Milhares de famílias sírias estão à beira da ruína financeira, em parte devido à secagem das remessas estrangeiras e à renovação das sanções econômicas antissírias.

Mais informações: www.missionidonbosco.org 

InfoANS

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