Uganda – Construir pontes de paz para o povo do Sudão do Sul
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13 julho 2020

(ANS – Palabek) – Construir a paz significa construir o Reino de Deus. Este encargo confiado por Deus se torna mais significativo quando feito entre os mais vulneráveis ou oprimidos, como os refugiados. O Sudão do Sul precisa de paz mais do que qualquer outra coisa. Esta região da África, rica de solo fértil, água, minerais e, sobretudo, de Pessoas, atravessou numerosas guerras e conflitos desde os anos ’50 do século passado. Os conflitos foram causados por várias facções e pela política da era colonial. Infelizmente nenhum sinal de paz ainda se vislumbra.

A política tribal está na ordem do dia na maior parte dos Países africanos. Muitos políticos populares encontram suporte em suas filiações tribais e enfrentam as eleições contando com o apoio dado pela pertença. Por isso se sentem obrigados a sustentar as suas tribos, para manter as posições tribais nos governos, e salvaguardar as riquezas obtidas de modo iníquio. O Sudão do Sul pode ser o melhor exemplo desse tipo de política tribal.

O estado d'ânimo incompatível se agudiza pelo fato de que nunca se encorajou o diálogo entre as comunidades: com frequência os colóquios de paz envolveram somente os líderes políticos, que firmaram acordos de paz artificiais. Entrementes os conflitos entre as tribos se enraizaram.

Assim, até um pequeno mal-entendido pode transformar-se numa autêntica guerra, com consequências duradouras. Houve recentemente uma explosão de violência no assentamento dos refugiados de Palabek, no Norte de Uganda, assentamento que abriga perto de 55.000 refugiados do Sudão do Sul. Uma violência que pode ser atribuída em parte também ao aumento do estresse e à perda do trabalho entre os jovens, causados pelo isolamento forçado perante o COVID-19.

Em situações como esta, há necessidade de um reforço das capacidades dos líderes na gestão dos conflitos e das fases de pós-conflito. Eles devem conhecer uma justa atitude relativamente às tribos e às diferenças étnicas; devem compreender mais a fundo o sentido das culturas, das tradições, das suas histórias.

A Igreja pode e deve ser a voz moral da sociedade. A Igreja pode e deve ser a umbela que reúne sob sua sombra todas as tribos e diferenças. E as agências humanitárias podem desempenhar um papel educativo, combinando os seus esforços humanitários e de desenvolvimento, de que há tanta necessidade.

Em Palabek os salesianos partilham a vida e a batalha pelo desenvolvimento dos refugiados. Esforçam-se por estar perto do povo, sobretudo de quantos foram atingidos pela violência. A sua participação nos encontros de paz é muito apreciada e têm garantido o seu apoio às autoridades do assentamento e às forças de segurança social. Para as próximas semanas estão programadas outras iniciativas estratégicas.

“Que Deus continue a ajudar-nos a construir pontes de paz e nos ajude a ser, nós mesmos, pontes de paz e de harmonia” – comenta o P. Lazar Arasu SDB, Diretor da Missão Salesiana em Palabek.

InfoANS

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