Espanha – "Sou operário e sou católico". Bem-aventurado Bartolomé Blanco Márquez (1914-1936)
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02 outubro 2020

(ANS - Jaén) - "Sou um trabalhador. Nasci de pais que também eram trabalhadores. Vivi e vivo no ambiente estreito das classes humildes e sinto em minhas veias – por vezes exacerbado pelo fogo do entusiasmo juvenil – um protesto, um protesto enérgico, contra aqueles que acreditam que não somos homens como eles, só porque tivemos o infortúnio – ou talvez a fortuna – de nascer na pobreza. Entretanto, esclareçamos os conceitos: «Sou um trabalhador e sou católico!»". Quem nos diz isso é Bartolomé Blanco, jovem de 19 anos, fabricante de cadeiras, crescido no oratório salesiano, modelo quer de jovem empenhado, quer de jovem namorado.

Bartolomé Blanco nasceu em Pozoblanco, Espanha, em 25 de dezembro de 1914. Sua mãe morreu de epidemia "espanhola" antes mesmo que ele completasse quatro anos. Filho e pai foram viver com os tios. Órfão também de pai aos 12 anos, teve de deixar a escola e começar a trabalhar como fabricante de cadeiras. Quando os Salesianos chegaram em setembro de 1930, frequentou o oratório, ajudou como catequista e cresceu na formação intelectual, cultural e espiritual. Entrou para a Ação Católica, da qual foi secretário e se especializou no apostolado entre os operários, no Instituto Social dos Trabalhadores, em Madrid. Orador eloquente, estudioso da Doutrina Social da Igreja, conheceu as Organizações de trabalhadores católicos da França, Bélgica e Holanda. Nomeado delegado dos sindicatos católicos, fundou oito secções na província de Córdoba.

Quando em 30 de junho de 1936 eclodiu a revolução, Bartolomé voltou a Pozoblanco para defender a cidade, que, porém, depois de um mês, foi tomada. Acusado de rebelião, foi preso e condenado à morte. "Pensavam que estivessem a fazer-me algum mal; estavam, ao invés, a fazer-me um bem, porque estão a cinzelar-me uma coroa para mim" – disse ele. Foi baleado em 2 de outubro de 1936, em Jaén, gritando "Viva Cristo Rei! Foi beatificado no dia 28 de outubro de 2007.

Pouco antes de morrer, escreveu cartas. A suas tias e primos: "Peço-vos que me vingueis com a vingança do cristão: recambiando o bem àqueles que tentaram me prejudicar”. À sua namorada, Maruja: "Só quero pedir-lhe uma coisa: que, em memória do amor que nos temos, cuide, como objetivo principal, da salvação de sua alma, porque assim nos poderemos encontrar no céu por toda a eternidade, onde ninguém nos haverá de separar".

O testemunho de Bartolomé Blanco – jovem que rejeitava qualquer compromisso ou mediocridade; que estava ao lado dos pobres para defender-lhes os direitos, sem por isso aliar-se a posições totalitárias e ideologias violentas; e que compartilhava com tantos amigos uma posição em favor da dignidade da mulher – detém uma tal carga profética que merece conhecida de todos os Jovens de hoje.

A estes, ele mesmo poderia repetir, novamente: "Somos jovens e por isso não podemos cruzar os braços; somos católicos e por isso não podemos ver com indiferença as inúmeras injustiças da sociedade moderna... Somos jovens, jovens católicos, que não podem se contentar com ir à missa e dar alguns centavos aos pobres" (El Cronista del Valle, 25 de maio de 1935).

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