Em que consiste sua função?
Procuro acompanhar, da melhor maneira possível, os coirmãos, os jovens, os leigos, as comunidades, os processos e os projetos, contando com muitas pessoas boas que nestas terras fazem parte do sonho de Dom Bosco.
Há quantos anos os salesianos estão no Peru?
Os salesianos chegaram neste querido país em 1891. O Peru representa um desafio para os salesianos. Ao longo do Pacífico, encontra-se a costa, caracterizada por um deserto. Lima está situada nesse deserto. Há também a serra, que abrange todo o território da Cordilheira dos Andes, com picos altíssimos e é povoada pelos quíchuas, descendentes do povo inca. A parte oriental do país, por outro lado, deságua na bacia amazônica: seu clima é tropical e é povoada por tribos indígenas, que só podem ser alcançadas por rio.
Quais são as obras mais significativas?
A presença no Peru é marcada pela variedade. Temos 10 escolas, nove Centros de Formação Profissional, oito “Casas Dom Bosco” para adolescentes e jovens em situação de risco, três áreas de missão (duas na Amazônia e uma nos Andes), sete oratórios-centros juvenis e cinco paróquias. As prioridades institucionais escolhidas por nós são três: as “Casas Dom Bosco”, as Missões e os Centros de Formação Profissional. Também temos grandes escolas, frequentadas diariamente por milhares de alunos, da infância ao ensino médio; e muitas paróquias, tanto nas cidades quanto na floresta amazônica, com dezenas e dezenas de capelas espalhadas por aldeias tão remotas que o missionário só consegue visitar uma vez por ano.
Quais os planos para o futuro?
Em linhas gerais, podemos resumi-los em três núcleos que estamos aprofundando, sobre o caminho do CG28:
- ajudar cada salesiano a estar, decidida e vitalmente, entre os jovens, para oferecer propostas de sentido verdadeiro e, ao mesmo tempo, promover seu protagonismo, acompanhando-os e deixando-se acompanhar por eles. Fazer uma escolha real e decisiva pelos últimos;
- apostar numa formação (inicial e permanente) verdadeiramente transformadora e apostólica, unificadora e não "colegial", encarnada e comunitária, pessoal e conjunta. Uma formação, afinal, que se baseia na vida quotidiana iluminada pelo Evangelho e em nosso carisma como principal recurso;
- continuar a promover uma missão compartilhada com os leigos (e com os jovens), que se refira, seja ao projeto do sonho de Dom Bosco de um “Movimento Salesiano”, seja aos desafios educativos e pastorais dos tempos.
Como são os peruanos (segundo o argentino P. Cayo)?
É-me difícil responder. A realidade é muito variada... Seja como for, me impressiona assaz a capacidade deste povo em valorizar suas raízes e tê-las sempre presentes. É algo que o Papa Francisco muito aprecia.
