Dom Bosco, em seu contexto e no mundo de então, soube dar respostas. Viveu e inculcou uma espiritualidade vivida no cotidiano, marcada por um clima de amizade, cordialidade, familiaridade e muito amor; e assim formou jovens cristãos ardorosos, cidadãos convictos, entre eles os “primeiros salesianos” que iriam dar origem à grande e “belíssima árvore” da sua família espiritual. “Uma árvore – como diz o Reitor-Mor em seu artigo para Boletim Salesiano (edição brsileira) – que tem hoje milhares de amigos e benfeitores, graças aos quais podemos fazer muito bem. Uma árvore que tem como ramos milhares e milhares de leigos que compartilham o carisma de Dom Bosco e que diariamente trabalham nas obras da Família Salesiana em todo o mundo”.
A população juvenil no mundo é numerosa e jamais foi tão pobre e necessitada como hoje, tanto pelo número quanto pelas condições de vida – diz o P. Fernández Artime – . É preciso ir ao encontro das suas situações reais: falta de oportunidades, de formação e de inserção no mundo do trabalho, entre outras.
Por que percebemos tantos sofrimentos e não nos sensibilizamos? Por que vemos crescer tantas formas de violência, agressividade e destruição, e não fazemos nada para buscar a fraternidade? Neste sentido, o artigo do P. João Mendonça (“É possível discernir”) afirma que os jovens se encontram hoje num mundo marcado por situações efêmeras, imediatas, de aparência. Buscam uma felicidade individualista e consumista. E para se formar o bom cristão e o honesto cidadão se requer que o jovem abandone o egocentrismo; e, afastando-se dessas situações, possa “saber julgar sem paixões ou impulsos de momento” e colocar o seu projeto de vida “no centro de suas escolhas. O contrário é o falimento da liberdade e da disciplina pessoal”. E não conseguirá discernir.
Entre os objetivos da Campanha da Fraternidade para este ano, pede-se “despertar os jovens para o dom e a beleza da vida, motivando-lhes o engajamento em ações de cuidado mútuo, especialmente de outros jovens em situação de sofrimento e desesperança”.
Uma atitude fundamental do educador ou da educadora é saber escutar. A Irmã Márcia Koffermann fala disso em seu artigo “Escuta: base do diálogo”. Hoje todos querem falar, falar de todas as maneiras possíveis, para escrever ou dizer “aquilo que pensam, sentem, sabem, acreditam”. Mas faltam pessoas que escutem. No fato das Memórias Biográficas, apresentado pelo P. Osmar Bezutte SDB, vemos um Dom Bosco que se coloca nas mãos do seu diretor – o sorridente e afável P. José Cafasso – e o escuta atentamente, para poder discernir o caminho vocacional a seguir. E teve êxito nessa sua escuta, porque, obedecendo à sua voz, se tornou o “Pai e Mestre da Juventude”.
No binômio “bons cristãos e honestos cidadãos” e no tema da Campanha da Fraternidade, que coloca a vida como “dom e compromisso”, temos um projeto evangelizador e educativo para programar bem as nossas atividades educativo-pastorais deste ano que inicia. No dizer do P. Agnaldo Soares SDB, “se você acredita na força do bem e do amor, não pare. Não desista. Nunca. Continue a semear pequenos gestos de bondade. Eles vão – sempre – fazer a diferença: vão irradiar felicidade e esperança em muitas vidas”.
