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Itália – Há 110 anos, a morte do P. Rua. Para logo um documento inédito
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08 abril 2020

(ANS – Roma) – Estava tudo pronto para a celebração da Missa de Ouro do P. Miguel Rua no dia 24 de junho de 1910. Deus chamou-o a si três meses antes, em 6 de abril, na idade de 72 anos, metade dos quais passados ao lado de Dom Bosco e 22 como o seu Sucessor. Haviam partilhado tudo: pão, trabalho, canseiras, anseios, alegrias e dores, desilusões e esperanças; e também a idade vivida. A mesma paixão pelos jovens, zelo pelas almas, amor a Jesus Sacramentado, à Auxiliadora, aos Sacramentos, ao Papa, a mesma disponibilidade para o trabalho e para o sacrifício, a mesma capacidade de mortificação, mesmas trabalhosas viagens, acompanhados de graças e milagres. Partilharam o anseio pela santidade, por ambos alcançada com a canonização de um (1934) e pela beatificação de outro (1972).

As intuições do carismático fundador tornaram-se no P. Rua realidade, instituição, organização, estrutura. Ao longo do seu Reitorado, marcado também por grandes sofrimentos, consolidou e desenvolveu a obra salesiana que, temia-se, pudesse não sobreviver ao fundador; procedeu a uma inteligente descentralização do serviço de governo; relançou e enriqueceu os oratórios e a Associação dos Cooperadores.

O P. Rua endereçou a sociedade salesiana a inéditas vias da assistência a leprosos, enfermos, portadores de deficiências; enfrentou salesianamente o também inédito desafio da “questão operária”; desenvolveu com hábeis colaboradores o patrimônio educativo e espiritual herdado; fez preparar com estudos superiores educadores à altura da situação; alargou os espaços missionários; conjugou a dimensão social da obra salesiana segundo modalidades adaptadas aos tempos.

Tudo isso pode-se investigar andando pelos volumes que enlaçam os Atos de dois Encontros promovidos por ocasião dos 100 anos da sua morte, pelo Instituto Histórico Salesiano (ISS, em italiano) e pela Associação dos Cultores de História Salesiana (ACSSA, id.).

Os seus funerais foram não menos solenes e participados do que os de Dom Bosco. No dia 6-7 de abril de 1910 Turim parou, desde o Concelho comunal até os Operários da FIAT: uma multidão imensa (dezenas e dezenas de milhares de pessoas), inclusive muitíssimas Autoridades – primeira entre todas a Princesa Maria Laetitia – , acorreu a dar-lhe o último adeus, enquanto sentidas condolências chegavam de todos os lugares do mundo.

Programara-se – e estava pronto – para o dia 4 de abril de 2020, como encerramento do Capítulo Geral 28, o visionamento da incrível filmagem de vários minutos com os momentos mais salientes dos dois dias dos funerais do P. Rua. Mas aí veio o ‘coronavírus’ e tudo se teve de parar.

Trata-se de um verdadeiro documentário com sequências cinematográficas tomadas desde vários ângulos dentro de Valdocco, na Praça Maria Auxiliadora, na Via Cottolengo… Imagens em movimento do P. Rinaldi, P. Barbéris, P. Lemoyne… Rostos conhecidos, também em primeiro plano, e com eles a multidão do Povo. O mundo turinês da época presenteado por uma filmadora alugada para a extraordinária celebração fúnebre pelos longevidentes salesianos do tempo (a cinematografia ainda ensaiava os primeiros passos).

Passado o ‘coronavírus’, espera-se poder mostrar. Não percam.

P. Francisco Motto  SDB

Presidente da ACSSA

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