Brasil – Que quer dizer ‘ser bons cristãos e honestos cidadãos’ entre pandemia, pobreza e desigualdade
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06 agosto 2021

(ANS – Recife-PE) – Que o Brasil seja um dos Países mais gravemente atingidos pelo Covid-19 não é nenhum mistério. Hoje, 6 de agosto de 2021, já se contam mais de 20 milhões os que foram contagiados e mais de 560 mil as vítimas. Entretanto, além da tragédia sanitária, há as crescentes dificuldades socioeconômicas que gangrenaram uma situação já grave de saída. O P. João Carlos Ribeiro SDB, Vigário da Inspetoria “São Luís Gonzaga”, do Brasil-Recife (BRE), partilha uma sua reflexão sobre o tema.

É triste voltar a ver pessoas catando restos de comida no lixo, pedindo esmolas pelas portas, mendigando nos semáforos, se aglomerando em filas para receber alguma doação.

Há dois anos, eram 9 milhões os brasileiros nessas condições. O povo faminto aumentou: agora, são 19 milhões. Com a pandemia, cresceu o desemprego, subiu o preço dos alimentos, cresceu a pobreza.

Mas, a fome não é filha da pandemia, não. Só engordou com ela.

A fome é filha da concentração de renda. Uma minoria concentra a riqueza do país. Para esse grupo, não tem tempo ruim. Basta dizer que enquanto a pobreza está crescendo no país, as exportações e a balança comercial vão muito bem obrigado. E essa elite se defende bem por meio de seus representantes em todos os níveis.

É triste ver, em reportagens, as pessoas se aglomerando em filas, na porta do açougue, para receber doação em ossos, para garantir alguma coisa para comer em casa. E maior tristeza é perceber que essa situação de fome não chega a ser problema para quem deveria enfrentá-la ou, pelo menos, diminuí-la. E, claro, não se trata só de ajuda financeira. Trata-se de política de emprego, de proteção dos direitos do trabalhador, de acesso à terra, e muito mais.

É nesse contexto que muitos grupos, comunidades, instituições estão se movimentando para ajudar essas famílias de alguma forma. É um sopão, uma marmita, uma cesta básica ou, quem sabe, uma ajuda para o botijão de gás. Nessa hora, toda ajuda é bem-vinda. Aliás, muitos dos que estão doando têm pouco. E esse é o gesto mais nobre de todos: a partilha. Partilha quem, do seu, tira uma parte para ao outro.

É verdade que, neste momento, também quem tem um pouco mais está abrindo as mãos com generosidade. Graças a Deus! Não mereceremos o nome de cristãos, se não formos solidários com quem está passando necessidade. E bons cidadãos igualmente não seremos se ficarmos de braços cruzados diante das causas de tanto sofrimento, de tanta humilhação.

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