Do exemplo dos pais, as crianças só aprendem o que vivem
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29 setembro 2017

A transmissão da fé pressupõe que os pais vivam a experiência real de ter confiança em Deus, de buscá-lo, de ter necessidade dele, porque só assim ‘uma geração conta à outra as tuas obras, anuncia tuas maravilhas’ (Sl 144,4) (p. 33).

Os pais são como raízes que penetram no terreno e os filhos como ramos que se lançam ao ar. Os ramos são a vida que será, que está desenvolvendo, nutrida pela linfa da esperança. Também para a transmissão da fé vale o princípio geral: as crianças só aprendem o que vivenciam. A aprendizagem religiosa passa por três estágios. O primeiro, é o da observação e imitação. Contudo, para o surgimento e desenvolvimento da imagem infantil de Deus, a influência dos pais é decisiva. A relação pais-filhos é, antes de tudo, transferida à relação com Deus. Também a autoestima da criança e do adolescente tem suas raízes na família e repercute essencialmente na relação com Deus.

O mais importante para os pais é esclarecer a própria imagem de Deus. Temos a responsabilidade de não enganar os nossos filhos sobre Deus, revelando-lhes uma imagem de Deus inimiga da vida e do amor, causando-lhes assim algum dano do ponto de vista psíquico.

As crianças que vivem com os pais numa relação caracterizada por uma ligação segura, que se sentem e se sabem aceitos em todos os aspectos da sua personalidade, consideram Deus um ser amável e solícito, enquanto as crianças com ligação insegura veem em Deus uma instância pouco protetora e inclinada a punir. Para compreender o divino e abraçar a fé são necessárias, portanto, as pessoas de referência primária.

É a «religiosidade familiar» que forma a relação da criança com Deus. Quanto mais a criança se sentir valorizada, quanto mais se sentir aceita em todos os seus sentimentos, tanto mais se sentirá protegida na sua fé e estará ciente das próprias forças espirituais.

A educação espiritual e religiosa concretiza-se nos rituais; seja o ritual noturno, a refeição em comum, a oração ou a Missa dominical. A renúncia aos rituais comporta também a perda de espiritualidade. O ritual, com suas infinitas repetições, exprime proximidade e segurança afetiva. Mostra às crianças que os pais estão com eles: posso deixar-me cair porque me sinto protegido. E a oração explica à criança que existe um ser superior que nos sustenta sem que o seu sustento esteja ligado a condições de qualquer tipo.   

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