RMG - Para uma espiritualidade salesiana fundada no Evangelho
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30 novembro 2018

(ANS - Roma) - A espiritualidade cristã, entendida a partir da vida e os ensinamentos de Jesus de Nazaré, é a que se manifesta através da maneira em que uma pessoa, de acordo com sua fé em Deus, responde a uma situação humana concreta. O Verbo que se fez carne representou, por si só, um sinal do amor de Deus pelos homens (Jo 3,16). Jesus declarou ter vindo ao mundo, não para fazer a sua vontade, mas a vontade daquele que o enviou (Jo 6,38). Desde o início de seu ministério público, por meio de palavras e ações, Jesus identificou a vontade de Deus com o total bem-estar de toda a humanidade.

por padre. Thomas Anchukandam, SDB

Os Atos o apresentam como Aquele que andava fazendo o bem (10,38) e proclamando a Boa Nova da libertação (Lc 4, 14 e ss). Em linha com sua abordagem, pediu aos seus discípulos que imitassem, não tanto os escribas e fariseus, mas o Samaritano (Lucas 10:37) e mostrava-se claramente contrário às orações ostensivas e detalhadas (Mt 6,5-7), afirmando que Deus prefere a busca silenciosa da sua vontade, longe da multidão e no silêncio da noite (Mt 4,2, Mc 1,35, Lc 6,12 etc.).

Da própria vida de Dom Bosco, é evidente que uma autêntica espiritualidade não exige longas horas de oração ou de "exercícios espirituais" que sugam energias. De fato, ouvir o "grito dos jovens necessitados" impediria tal abordagem. A "espiritualidade visível", que seria normalmente esperada, era tão ausente em sua vida que o "advogado do diabo", durante o processo de canonização, atreveu-se a perguntar: "Mas quando orava Dom Bosco?" Este comentário, por sua vez, deu origem a essa resposta espontânea do Papa Pio XI: "Mas quando Dom Bosco não orou?"

O Papa tinha entendido muito bem que a essência da santidade de Dom Bosco era a sua união constante com Deus e que seu pensamento constante era a busca e a realização da vontade de Deu, ou seja, o bem-estar total dos jovens que estavam em seu alcance. O próprio Dom Bosco manifestou esta abordagem quando disse: "Por vocês eu estudo, por vocês eu trabalho, por vocês eu vivo, por vocês eu também estou disposto a dar a minha vida".

Seus sonhos, que faziam parte de sua vida e sua missão, eram apenas expressões dessa sua apaixonada e, por assim dizer, desejo obsessivo de buscar e fazer a vontade de Deus. A sua era, na verdade, uma espiritualidade que resultou em uma energia interior fazendo, do amor por Deus e pelo próximo, uma unidade inseparável, inspirada pelo Evangelho.

O desafio para os salesianos de hoje é serem como Dom Bosco, buscadores assíduos da vontade de Deus e capazes de se mostrarem autênticos sinais e portadores do amor universal do Pai.

InfoANS

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