RMG – Dom Bosco e a coleta diferenciada do lixo à porta
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07 novembro 2019

(ANS – Roma) – Quem diria?... Dom Bosco pré-ecologista? Dom Bosco há 140 anos pioneiro da coleta diferenciada do lixo a domicílio? Dir-se-ia que sim, a estar pelo que diz uma das suas cartas – recuperada recentemente e que confluirá para o IX Volume do Epistolário, em preparação: uma carta de 1885, que na Turim da época, antecipa e, obviamente à sua maneira, “resolvia” um dos grandes problemas que enfrenta a sociedade de hoje, a assim chamada do “consumo” e do “usa e joga”.

Trata-se de uma carta circular com destinatário genérico, mas certamente pertencente a famílias abastadas da cidade. Na carta, após prender a atenção dos seus interlocutores, Dom Bosco apresenta imediatamente a possibilidade de reutilizar o lixo, especificamente “os ossos que ‘sobraram’ à mesa e geralmente jogados no lixo pela família”, os quais, ao invés, “se, reunidos em grande quantidade, se tornam .... úteis à humana indústria”. Dom Bosco sabe, de fato, que “uma indústria de Turim, com a qual me pus em contato, adquiriria tudo quanto se dispusesse”.

A proposta do Santo dos Jovens – concordada com a firma interessada, que provavelmente teria reutilizado os ossos para fazer ou produtos alimentares para animais ou adubos para o campo – era que as “abastadas e benévolas famílias dessa ilustre cidade… ao invés de deixar que se estragasse ou se desperdiçasse esse ‘sobejo’ da sua mesa, o cedessem gratuitamente em benefício dos pobres orfãozinhos acolhidos nos meus Institutos”.

O projeto beneficiava a todos: as famílias se livravam de parte das sobras, a empresa achava recursos, Dom Bosco arrecadava dinheiro para as missões… e a Urbe ficava mais limpa.    

Mas precisava também pensar na organização. E eis que Dom Bosco planeja também a coleta de porta em porta: “Àquelas famílias, que tiverem a bondade de aderir a este humilde meu pedido, será entregue uma adequada sacola, onde acolher os mencionados ossos …. A sacola trará as letras iniciais O. S. (Oratório Salesiano) e a pessoa que passar para esvaziá-la, também apresentará algum sinal para se identificar perante V. S. ou seus familiares”.

Por último, Dom Bosco fornece também incentivos espirituais pela adesão – “a gratidão de milhares de pobres jovenzinhos, e .... a recompensa de Deus” – e provê até a elaborar a subscrição ao projeto, pensando mesmo numa fichinha a ser destacada e enviada como resposta à sua Carta.

Não sabemos quantos tenham aderido à sua oferta; mas permanece o fato de que – além de ser um grande educador, um longevidente fundador, um homem de Deus – Dom Bosco foi também um gênio da caridade cristã.

Uma versão mais extensa do artigo estará disponível no número de dezembro do Boletim Salesiano italiano.

Pelo P. Francesco Motto SDB

InfoANS

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