A linguagem de Papa Francisco, desde o início do seu Pontificado, caracteriza-se pela simplicidade e se constela de expressões populares; e ninguém pode duvidar que, com o Papa Francisco, introduziu-se na Santa Sé um estilo familiar e direto, alcançando assim repercussões universais.
Na prefação do livro “O Vocabulário do Papa Francisco”, aos cuidados do jornalista salesiano Antonio Carriero, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, assim fala do novo estilo comunicativo do Papa: “A única verdadeira estratégia de comunicação de Francisco é a adesão confiante e serena ao Evangelho”.
O linguajar de Bergoglio é um ‘sermo humilis’, capaz de falar a todos. Há “no seu linguajar – acrescentou o mesmo Cardeal Parolin – a sabedoria de ministrar conteúdos altos”, “fazendo uso de vocabulário e imagens que haurem toda a sua força da vizinhança com a vida cotidiana”, pondo deste modo “o interlocutor, seja ele quem for, em posição de paridade e não de distância”.
Para muitos católicos o estilo de comunicação do Papa representa uma novidade total: é que estavam habituados a um modo de ensinar na Igreja que costumeiramente usava uma linguagem difícil, seleta, replena de conceitos frequentemente complicados. Em suas falas o Papa acompanha o estilo de pregação de Jesus: rico de imagens e de exemplos da vida cotidiana, relidos segundo os olhares de Deus.
O estilo do Papa nos traz à memória também o jeito com que Dom Bosco costumava comunicar-se, buscando fazer-se compreender de todos, sobretudo da gente simples: a sua comunicação partia sempre de uma atitude de profundo respeito para com o interlocutor e a sua realidade, sempre pronto a adaptar a sua linguagem para fazer-se compreender do outro e passar-lhe a sua mensagem.
Outra característica comum a ambos é que aprenderam, antes de falar, a ouvir o seu interlocutor, conseguindo desse modo estabelecer conexões que podem construir novas pontes de compreensão e superar diferenças.
Enfim, no modo de comunicar do Papa Bergoglio se depreende a capacidade de escutar, não só com o ouvido mas também com o coração: não tem medo de mostrar que se sente comovido, ou interpelado pela realidade circunstante.
A tecnologia permite-nos hoje ter acesso aos milhares de mensagens em diversos formatos e suportes. Mas quando deparamos alguém com a capacidade de comunicar com transparência e verdade, instintivamente se vão abaixando as nossas defesas e os nossos temores. O Papa Francisco realiza isso com o povo: todos de algum modo se sentem acolhidos. E esse é o resultado de um estilo de comunicação amistosamente empático.