Egipto – Dom Bosco em tempos de "lockdown": diálogo de um jovem com os Salesianos que continuam a sonhar

10 junho 2020
Imagen de arquivo

(ANS - Cairo) - "Como é que um salesiano vive o momento presente longe daqueles jovens a quem consagrou sua vida e pelos quais deixou o País de origem e a Família?" – é uma das perguntas que Martin Milad Wadie, aluno de 19 anos do Instituto Dom Bosco, do Cairo, quis fazer aos Salesianos do Egito, no atual momento de contenção mundial da pandemia do Covid-19, que obrigou a fechar as escolas e os oratórios.

A vocação salesiana está fortemente ligada ao chamado de Deus para dedicar-se aos jovens. É através deles que Deus chama, como disse o P. George Wadie: "Cheguei a conhecer Don Bosco através do oratório". E, precisamente no momento em que a escola e o oratório permanecem fechados, que se sente a dor da separação; ou, melhor ainda, usando uma expressão do P. Pedro García, eles surgem como "um ‘uadi’ do deserto (leito vazio de um pré-existente curso d’água, NdR): ocupa um grande espaço, mas está sem sua linfa".

"O dia mudou tanto – continua o P. Wadie – que se tornou destituído da coisa mais bela. A nossa missão é estar entre e para os jovens".

"Sem jovens e sem oratório não me sinto Salesiano de Dom Bosco!" – é o pranto partilhado pelo P. George Al Mouallem. Apesar disso, segundo o P. García, neste contexto, "a necessidade de estarmos juntos, de caminharmos lado a lado persiste... aproveitando das possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias".

A presença salesiana no Egito sempre se caracterizou pela incisividade e discrição: construir uma civilização responsável educando os corações dos jovens egípcios e não tentando mudar as suas estruturas temporais: um compromisso renovado mesmo em tempos de pandemia. O P. García diz, de facto: "Não fomos chamados para resolver os problemas do universo, mas temos estado envolvidos em continuar a espalhar o Reino do Pai, ali, onde todos estão". E eis aí, então, o contato diário através de uma canção, de uma oração, de uma foto, como as enviadas aos seus rapazes pelo P. Al Mouallem...

Nesta atmosfera ressoa o convite do P. Luca Pellicciotta à "esperança acompanhada pela responsabilidade, pelo empenho pessoal e pela leitura sapiencial da história que se vive", para "compreender a vontade de Deus" à luz da nossa "experiência terrena" pessoal.

E este é o apelo final que os quatro interlocutores quiseram, idealmente, dirigir a Martin e a todos os seus coetâneos egípcios: não abandonar-se à suficiência; renovar um empenho capaz de mudar a história; não fazer de Deus, seja qual for o seu nome, uma estrutura... vazia. Pelo contrário, como fortemente enfatizou o P. Pellicciotta, continuar a sonhar: "O maior presente que podemos receber de Deus é sonhar com uma vida feliz, santa, boa. É por isso que a presença de Deus – a verdadeira, a concreta – é importante. Desejem Deus, meus caros jovens!"

Martin Milad Wadie com a colaboração de Antonio Nucera

InfoANS

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