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RMG – Azerbaijão, onde as várias formas de fé e confissões convivem em paz

16 setembro 2016

(ANS – Roma) – “O Azerbaijão mudou radicalmente nestes últimos 16 anos; é totalmente um outro país: grandes edifícios, alta tecnologia... Agora, quando as pessoas visitam Baku sentem-se como em Dubai”. Assim diz da sua terra de adoção o P. Stefan Kormančik, missionário salesiano eslovaco desde 2001 no Azerbaijão, ou seja, desde quando a Igreja Católica voltou a estar presente naquele País. Em vista da viagem apostólica do Papa Francisco ao Cáucaso, o P. Kormančik veio a Roma para ajudar-nos a conhecer melhor a surpreendente realidade do Azerbaijão.

Como era o Azerbaijão em 2001 e como é agora?

Quando eu cheguei ainda havia o medo da guerra no Nagorno Karabakh, região que confina com a Armênia; ainda havia cerca de 1 milhão de refugiados, embora a guerra já tivesse acabado havia 7-8 anos, e o povo ainda se lembrava da fome vivida durante o conflito.

Agora, graças ao novo oleoduto para a Geórgia e o Mediterrâneo, está tudo diferente: se você é um turista e visita o País por alguns dias, nem sequer percebe que exista pobreza. Entretanto, ainda há muita, menos visível. Por exemplo, os meninos de rua devem estar bem vestidos, porque se estiverem vestidos como mendigos a Polícia os leva para os institutos.

Como mudou a realidade da Igreja nesse tempo?

Depois de 70 anos de regime comunista, o povo perdera completamente as suas raízes. A população é composta por 95% de muçulmanos. No início não conheciam minimamente a Igreja Católica. Tudo mudou radicalmente com a visita do Papa João Paulo II a Baku, em 2002. A partir desse momento tudo caminhou melhor: a Igreja Católica foi reconhecida pelo povo e pelo Governo, que concedeu um terreno e a permissão para construir uma igreja.

Como são as relações com as outras Igrejas e as outras religiões?

Temos realmente ótimas relações com os muçulmanos; fui convidado muitas vezes e participei das festividades islâmicas e, vice-versa, os muçulmanos participam das nossas. Quando construímos a igreja, fomos ajudados economicamente, também por alguns empresários muçulmanos. Ficamos admirados com isso, mas eles nos disseram: “Queremos que os católicos de Baku tenham o seu lugar para rezar”.

O mesmo pode-se dizer da comunidade judaica, ou de outras confissões cristãs. Talvez em outros lugares as relações com os Ortodoxos sejam mais tensas; aqui há comunicação, abertura...

O que espera da visita do Papa?

Creio que produzirá ao menos três grandes benefícios: primeiramente, dará a conhecer ao mundo a realidade do Azerbaijão, um País multicultural e plurirreligioso no qual as diversidades convivem alegremente. Depois, fará com que a população conheça mais a Igreja Católica e o nosso trabalho pela sociedade. E, por último, espero que possa favorecer pequenos passos para a paz em relação à questão ainda não resolvida do Nagorno Karabakh.

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