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Espanha – “A Igreja jamais deverá abandonar o mundo da escola”: Padre Juan Carlos Pérez Godoy

27 abril 2018

(ANS – Madri) – P. Juan Carlos Pérez Godoy é o Superior da Inspetoria Salesiana “Espanha – São Tiago Maior” e, há três anos, também Presidente das Escolas Católicas. Especialista em Educação, reafirma o valor do ensino nas escolas católicas particulares. Sobre a juventude, diz que é a chave da renovação e que deve ser alcançada com a sua linguagem, que é a língua do coração.

Qual a situação das escolas católicas? Terminaram a sua contribuição para a sociedade?

A Igreja jamais deverá abandonar o mundo da escola. É fundamental. O problema que temos neste momento é um problema cultural, e a cultura, lugar de transmissão crítica, mas também de inserção, é a escola. A Igreja não pode abandonar a escola. Seria um erro. O que não significa que na Igreja se deva concentrar apenas e exclusivamente na escola. Eu mesmo sou Salesiano e na minha Inspetoria temos 36 escolas. Mas temos muito mais paróquias, centros juvenis, plataformas sociais para jovens imigrados, jovens sem teto... Hoje, quem pensar que a Igreja mantem uma pastoral exclusivamente para o tema da escola, não tem uma visão real.

Outro campo em que os Salesianos são especialistas é o da juventude. Como envolver novamente os jovens na religião, na fé? Como voltar a entusiasmá-los?

A primeira coisa é viver com eles. A Igreja deve viver com os jovens. Viver onde eles vivem a sua vida de todos os dias. Interessar-se pelas suas preocupações, sonhos, necessidades... E para fazer isso deve viver entre eles. Por isso, temos plataformas como a escola e os centros juvenis nas paróquias.

Os oratórios ainda funcionam?

Sim. É um pouco a tradução daquilo que sempre chamamos de “o oratório de Dom Bosco”. Há muitos deles, ao menos em nosso ambiente, onde os jovens não vêm apenas durante o tempo da escola, mas também depois, e fazem experiência de tempo livre, no qual há itinerários de amadurecimento na fé. E quando você está nesses ambientes, há muitas coisas que mudam.

Do que a Igreja precisa hoje?

Creio que hoje, na Igreja, precisamos apresentar uma imagem simpática aos jovens. Recordo sempre a expressão usada pelo nosso Reitor-Mor, P. Egídio Viganò, que insistiu muito nisso. É o que disse também o Papa, para abandonar a fisionomia ácida. Creio que a abordagem do próximo Sínodo, no qual se está dando a palavra aos jovens para que possam participar, seja muito importante. Diz-se, às vezes: “os jovens são a Igreja do futuro...”. Não! Os jovens são a Igreja do presente. Devem ter voz e participar da vida de todos os dias. E quando participam e sentem que são escutados e levados em conta, os jovens respondem: “SIM”.

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