Espanha – Plataformas sociais salesianas: "Aprendemos que ninguém se salva sozinho"

06 maio 2020

(ANS - Madri) - Durante a fase mais difícil da pandemia e do confinamento, todas as famílias precisaram se adaptar e aprender a viver juntas, isoladas, em casa, sem poder sair. O que dizer, então, dos grupos de apartamentos, das casas de acolhida para migrantes e refugiados? Como vivem nestas circunstâncias específicas? As plataformas sociais salesianas da Espanha mostram 83 resultados para recursos residenciais deste gênero: centros de emancipação, centros para migrantes, casas de transição para a vida adulta, centros para requerentes de proteção internacional ou para refugiados em situações de vulnerabilidade. Todos estes centros abrigam cerca de 700 pessoas. Durante o período de isolamento, o trabalho destas pessoas mudou consideravelmente e as equipes educacionais passaram a enfrentar uma situação inesperada e desconhecida.

Os educadores aderiram ao conceito de "ficar em casa". Mesmo com as peculiaridades próprias de cada centro, dois elementos se tornaram mais ou menos comuns. Por um lado, as equipes educativas que convivem com os jovens mudaram seus turnos de trabalho: “fazemos plantões de 12 horas, três dias por semana e os outros dias são de descanso”, explicam os educadores dos centros de Torrent e Valência, da Fundação María Auxiliadora. Por outro lado, alguns educadores passaram a realizar os atendimentos de forma virtual, realizando as visitas presenciais nas residências apenas em casos de emergência ou quando os beneficiários precisam de medicamentos. Isso geralmente ocorre no contexto dos projetos de emancipação ou naqueles destinados a migrantes que requerem proteção internacional.

"Trata-se de uma experiência educacional muito interessante, uma vez que eles passam tanto tempo juntos que acabam por valorizar mais a convivência e trabalhar mais na tolerância e na gestão de frustrações. Antes, quando tinha qualquer problema, a maioria deles saía para a rua em busca de refúgio; agora procuram enfrentar e resolver as adversidades" – explicam os educadores.

"Também é digno de elogio o compromisso dos educadores de outros programas socioeducativos: planejam novas atividades, recreativas ou educacionais, para tornar mais leve o confinamento em casa", explica Ignacio Vázquez, Diretor Geral da Fundação Dom Bosco.

Os jovens dos grupos de apartamentos e casas de acolhimento adaptaram-se a esta situação atípica de maneira responsável e madura, respeitando os protocolos e apresentando um comportamento exemplar e colaborativo. “Nós, salesianos, confiamos nos jovens, eles nos ensinam sobre capacidade de adaptação e resiliência. Os jovens continuam sendo uma oportunidade para aprendermos e aprofundarmos nossa vocação de educadores", afirmam.

"Esta situação afetará o ritmo de emancipação de alguns beneficiários, uma vez que encontrar emprego será muito mais difícil e também daqueles que aguardam a liberação de documentos e burocracias: porque tudo foi adiado" – diz Vicente Pérez.

Por este motivo, Rosana Palomares, Coordenadora dos apartamentos para a emancipação da Fundação Ángel Tomás, lembra que é necessário um compromisso no qual não faltem recursos para atender os grupos mais vulneráveis. E, como aponta Ignacio Vázquez, "aprendemos que ninguém se salva sozinho".

InfoANS

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