Síria – Um país que precisa de muita ajuda. "Esperamos por boas notícias para começar tudo de novo"

01 junho 2020

(ANS - Damasco) - Desde a confirmação do primeiro caso confirmado de COVID-19 na Síria, em 22 de março, as principais operações militares do país foram congeladas, os conflitos locais cessaram e os movimentos em larga escala da população, inclusive retornos e transferências, foram interrompidos. Mas o progressivo desgaste econômico da Síria não parou.

As restrições de movimento estão levando as famílias sírias vulneráveis ​​à beira da ruína. A severa contração da economia nacional extinguiu dezenas de milhares de empregos. Até mesmo as remessas provenientes de cidadãos que vivem no exterior, responsáveis por sustentar muitas famílias sírias, escassearam, num momento de forte diminuição do poder de compra diante do aumento dos preços.

Os sírios dizem que o COVID-19 não abalou o país, mas a resposta da Síria à pandemia acelerou uma decadência econômica já existente muito antes da chegada do vírus, acentuando problemas, como cortes de salários, desvalorizações cambiais, desemprego e contrabando na fronteira.

Para os trabalhadores sírios, esta depressão econômica não poderia ter chegado em momento pior.

Neste trágico cenário, os salesianos seguem fazendo o que sempre fizeram, mesmo durante a guerra: permanecer ao lado da população e sofrer com ela, disponibilizando o que têm.

Johnny Azar, do oratório salesiano de Aleppo, tem 28 anos, ama o teatro e a dança e sempre sonhou em ter um espaço próprio, onde poder transmitir sua paixão e sua arte aos jovens. Por esse motivo, ele se candidatou ao projeto de apoio ao empreendedorismo juvenil dos salesianos da Síria. Venceu e encontrou um lugar perfeito para cultivar seu sonho, chegando a desenvolver o plano de marketing do empreendimento... Mas o Covid-19 chegou.

"O financiamento do projeto pelos salesianos significou a luz no fundo do túnel para mim e eu o segui com paixão... Infelizmente tivemos que interromper tudo por não sei quantos meses", conta ele.

Com a ajuda de alguns amigos, uma vez que a condição atual não lhe permite contratar mão de obra qualificada, começou a realizar pequenos trabalhos de manutenção no local, como pintura. Mas, considerando que seu sonho é realizar espetáculos e estes demandam a presença de muitas pessoas para ensaios e apresentações, Johnny sabe que o recomeço não está tão próximo assim.

"Paramos tudo, agora não podemos fazer muito... Estamos aguardando boas notícias para começar tudo de novo", conclui.

InfoANS

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