Sudão do Sul – Os riscos do Covid-19 no acampamento para deslocados em Gumbo

09 julho 2020

(ANS - Gumbo) - De acordo com dados oficiais recentes, numa população total de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 10 mil foram submetidos a exames médicos para detectar a presença de Covid-19: 2.021 deram negativo; 38 morreram; 333 se curaram; 1650 casos ainda estão ativos. O desafio do país agora é evitar os focos de contágio, que podem causar consequências devastadoras no frágil sistema de saúde local. Um desafio que também envolve a Família Salesiana (FS).

A presença dos salesianos no país mais jovem da África, o Sudão do Sul, faz parte da Delegação inspetorial do Sudão, que por sua vez pertence à Inspetoria da África Oriental (AFE). Existem cinco presenças salesianas no país – uma sexta comunidade, com 25 religiosos, está suspensa desde 2016, após o movimento civil.

Em Gumbo, os salesianos animam uma paróquia, um centro de formação técnico-profissional, escolas de ensino fundamental e médio, um centro de promoção da mulher, um centro de jovens e um campo para os deslocados internos, administrado diretamente pelos filhos de Dom Bosco, campo que acolhe (sem contar as crianças muito pequenas) 9.800 pessoas que fugiram da violência da guerra civil de 2013-2016.

“Nosso maior medo é uma possível epidemia no campo. Como se pode ver nas fotos, as tendas estão muito próximas umas das outras: não há espaço para o distanciamento físico" – relatam os salesianos que trabalham em Gumbo.

O nível de escolaridade das pessoas acolhidas no campo é geralmente baixo, o que representa outro problema: é difícil convencê-las sobre a importância da precaução.

“Controlar as massas em qualquer tipo de agrupamento é muito difícil. O acampamento fica ao lado de algumas comunidades locais lotadas e é impossível impedir o fluxo de pessoas entre o campo e as comunidades, uma vez que não existe muro de separação ao redor do campo", contam os salesianos.

As Irmãs da Caridade de Jesus há alguns anos abriram um pequeno dispensário médico dentro do campo. Possui dez leitos, mas não oferece possibilidade de assistência a domicílio nem uma estrutura para testes, respiradores ou outros equipamentos especializados. "Parece que há apenas quatro respiradores em todo o país" - acrescentam os salesianos.

Nos últimos dias, o Arcebispo de Juba, Dom Stephen Ameyu, fez uma visita informal ao campo salesiano. “Ele apreciou nossos esforços de conscientização e nossas medidas preventivas, e incentivou as pessoas a seguirem nossos conselhos. Por fim, ele nos abençoou e nos confiou à proteção de Deus. Precisamos mesmo disso!” – contam, por fim, os religiosos.

InfoANS

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