Ilhas Maurício - P. Maurizio Rossi chama a atenção para um desastre que todos ignoram

19 agosto 2020

(ANS - Pointe d'Esny) - O pesadelo de um desastre ambiental está se materializando na costa das ilhas Maurício: o navio petroleiro japonês MV Wakashio, encalhado em um dos recifes do arquipélago no dia 25 de julho, se partiu em dois, derramando uma enorme quantidade de óleo que agora ameaça o recife de corais e toda a economia do pequeno estado do sudoeste do Oceano Índico. O P. Maurizio Rossi, salesiano, que há 27 anos atua na região, fala sobre o trágico acontecimento. “Este é o nosso planeta – diz ele - precisamos cuidar dele e a classe política também precisa ser envolvida”.

“Há dias os consultores da França e do Japão estão trabalhando ao lado de especialistas da ONU: trata-se de um desastre nacional, mas também global, uma vez que as ilhas Maurício representam um patrimônio mundial”, acrescentou o P. Maurizio Rossi. Ele vive há 27 anos no Oceano Índico, primeiro em Madagascar e atualmente nas Ilhas Maurício, onde dirige a Escola Profissional São Gabriel, que acolhe cerca de 250 meninos e meninas de famílias pobres de 15 a 18 anos que ainda não concluíram os estudos e correm o risco de viver nas ruas. Alguns destes jovens são crioulos, descendentes de escravos do final do século 19, que infelizmente ainda são muito discriminados.

E justamente estes jovens se disponibilizaram a confeccionar fardos feitos com palha e outros materiais, usados para absorver o óleo do mar. Junto com os Salesianos, os jovens trabalham acima de tudo no sentido de formar uma nova "mentalidade" de respeito e proteção ao meio ambiente, vital para sua sobrevivência.

“Segundo a mídia local, o navio será transferido para o porto a fim de não causar mais danos. O primeiro-ministro Pravind Jugnauth fez um pedido de indenização ao proprietário do navio japonês, enquanto as dúvidas sobre o ocorrido ainda são muitas. O que mais me preocupa é, mais uma vez, a sede por dinheiro. Este problema é agravado pelo fato de que muitos não se interessam pelo meio ambiente”, explica o P. Maurizio.

Para os habitantes das ilhas Maurício, o mar representa uma fonte de vida e este desastre afeta diretamente sua economia. “Quando o óleo começou a se espalhar, ninguém mais pôde pescar, os peixes começaram a aparecer mortos na superfície, portanto se trata um desastre ambiental que afeta principalmente os pobres e os pequenos pescadores. Destruir uma realidade destas significa colocar de joelhos uma população que vive da pesca. Neste momento é necessário, acima de tudo, lembrar a vontade do Papa: este é o nosso planeta e devemos cuidar dele”, explicou, por fim, o P. Maurizio.

InfoANS

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