Líbano – Esforços salesianos para aliviar as feridas físicas e morais dos refugiados

26 outubro 2020

(ANS – Beirute) – No Líbano multiconfessional, que em seu porto de Beirute, em 4 de agosto passado, foi atingido pela tragédia da explosão, a proximidade dos Salesianos com os mais sofridos se concretiza, dentre muitas outras maneiras, ajudando na reconstrução e também… convidando as famílias mais pobres e traumatizadas a passar uma semana de lazer nos ambientes da Obra.

Em Al Fidar, no litoral, a cerca de 30 quilômetros da capital, os salesianos trabalham com jovens de todas as idades e origens, com uma oferta diversificada de atividades relacionadas com o oratório e voluntariado. Agora sua missão se intensificou.

"Sabemos que as famílias que vivem perto do porto, e mesmo as dos Campos de refugiados longe d’ali, continuam com medo. O choque foi violento: e fazemos de tudo para levar-lhes um pouco de alegria e fazer-lhes esquecer o estrondo ensurdecedor daquela explosão tão semelhante ao das bombas" – diz o P. Zakerian, salesiano missionário sírio, Diretor do centro em El Houssoun, Líbano.

De acordo com dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, existem 200.000 famílias cujas casas foram seriamente comprometidas como resultado desse acidente de enormes proporções. Muitos viram suas casas desmoronarem, outros foram reassentados porque suas casas não se podiam utilizar. Sem falar dos que já viviam em condições precárias nos Campos de acolhença: entre os rapazes que frequentam o oratório há vários refugiados sírios, iraquianos e palestinos.

É por isso que os salesianos decidiram ajudá-los a superar o trauma oferecendo-lhes uma oportunidade de lazer e comunidade, convidando várias famílias a se revezarem, passando uma semana em sua Obra de El Houssoun.

"Fizemos isso para que essas pessoas possam descansar – diz ele – , especialmente as crianças e jovens, e para distanciá-las da tensão que ainda se respira em Beirute, desde o dia da explosão... Dá pena ver as repercussões sobre os mais frágeis: famílias de refugiados sírios e iraquianos que vivem perto do porto; pessoas que foram fisicamente feridas e psicologicamente tocadas pelo evento" – explica Don Zakerian.

"Não se trata somente de danos materiais, mas de repercussões morais: feridas profundas, psíquicas, infligidas a uma população que também inclui refugiados sírios e iraquianos que fugiram de 'suas guerras', e que no Líbano se viram envolvidos por outra tragédia" – acrescenta.

O salesiano cita, por exemplo, Suray, refugiado iraquiano, ferido numa perna para escapar do local da explosão: "Esse menino – explica – tem medo de que outro ato violento como aquele possa se dar novamente. Fugira do Iraque com sua família por causa da guerra: e agora parece que a guerra o venha perseguindo".

Ao mesmo tempo, as atividades dos salesianos dizem respeito à reconstrução material das casas danificadas: "Com os grupos de voluntários do lugar – diz – fomos, desde os primeiros dias, aos locais para tentar repor vidros nas janelas: as pessoas não podiam ficar sem vidraças…”.

InfoANS

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