RMG – Bem-Aventurado Tito Zeman, testemunha de Esperança

08 janeiro 2021

(ANS - Roma) – No dia 8 de janeiro recorre a memória litúrgica do Bem-Aventurado Titus (Tito) Zeman, eslovaco, salesiano sacerdote, morto em ódio à Fé, aos 54 anos (Vajnory, 4 de janeiro de 1915 – Bratislava, 8 de janeiro de 1969), beatificado em 30 de setembro de 2017, também em Bratislava, Capital da Eslováquia. «Nisto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós. E nós também devemos dar a vida pelos irmãos» (1Jo 3,16). Foi ouvindo esta Palavra de Deus durante a celebração da Eucaristia que Tito Zeman sentiu no coração a inspiração e a força de sacrificar a própria vida pela preservação das vocações, vencendo o medo e declarando-se pronto a seguir até ao fim a vontade de Deus, confiando na Divina Misericórdia e esperando a vida eterna. A sua oferta, repetida várias vezes durante os anos perigosos – «Ainda que eu perca a vida, não a considerarei desperdiçada, se vier a saber que pelo menos um daqueles a quem eu ajudei se tornou sacerdote em meu lugar» – é  para nós semente de esperança, e de confiança nas novas gerações.

A sua vida, oferecida pela preservação das vocações e a «perseverança na vocação»; os 18 anos de sofrimento nas prisões ou na liberdade condicional; e sobretudo a sua morte, contribuíram, assaz concretamente, à construção da Igreja e da Sociedade do tempo. Antes de tudo, permitiram a uma vintena de jovens chegarem à meta do sacerdócio, doutro modo impossível; além disso, encorajaram muitos outros a «não deixar-se roubar a esperança», e engendraram nos Salesianos uma mentalidade de pastoral vocacional que permitiu à Congregação nunca extinguir-se de todo naquelas terras. (Para limitar-nos a um exemplo: de janeiro de 1969, mês da morte de Tito, e nos anos imediatamente sucessivos, floresceram mais de 100 vocações nos grupos de oração secretos, perto de Bratislava.)

O então Inspetor, P. Andrej Dermek SDB, pôde no dia do funeral dizer: «Algumas dezenas de salesianos sacerdotes te agradecem por seu presbiterado». Até os espias do regime presentes aos funerais atestavam o seu martírio e sofrimentos «pela Fé e o povo eslovaco». A mesma conversão do juiz Pavol Korbuly, responsável pela condenação de Zeman, mas que mais tarde se tornou cristão, e pronto a pedir perdão junto com a própria família, por ter condenado «uma ventena de salesianos inocentes», foi um fruto da vida ‘martirial’ do Beato Zeman. Também o diretor comunista que o tinha licenciado em 1946, se converte, como outros com os quaisa ele se encontrara nos anos de cárcere. A presença do P. Tito floresceu portanto em encontros que mudam tantas vidas, e as aproximaram de Deus. Há que recordar além disso que – entre os clérigos levados por Zeman a Turim – alguns voltaram à Eslováquia, outros ficaram no exterior com encargos de docência; outros ainda se tornaram missionários. No dia dos seus funerais, houve também o testemunho de um Pastor luterano: sinal de que realmente o sangue dos mártires “cria” um ecumenismo que abate barreiras e engendra fraternidade.

Como disse o Papa Francisco: «Esta fidelidade até à morte, no estilo de Jesus – que é um estilo de Esperança –, será chamada, pelos primeiros cristãos, com um nome maravilhoso: “martírio”. Martírio significa “testemunho”…: um nome que evoca discipulado. Os mártires não vivem para si, não combatem para afirmar suas próprias ideias, e só aceitam a morte por fidelidade ao Evangelho» (Audiência de 28 de junho de 2017).

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