França – Pedagogia salesiana: o que acontece na escola quando chega “Papi, o palhaço”?

03 maio 2021

(ANS - Paris) - Em Aveyron, departamento francês da região da Ocitânia, seis escolas primárias integram a rede "Dom Bosco": em Bozouls, Saint-Géniez-d'Olt, Séverac-le-Château, Rodez, Onet-le-Château e Drulhe. As crianças dessas escolas receberam recentemente uma visita um tanto especial, do "Papi, o palhaço", feita a pedido do Inspetor dos Salesianos da França e do Sul da Bélgica, P. Daniel Federspiel. Mas, o que acontece quando "Papi, o palhaço" entra numa sala de aula? Esta breve história nos conduz ao coração da pedagogia salesiana...

Tudo começou com uma carta do P. Federspiel, na qual o salesiano conta como, durante suas viagens, encontrou este clown e resolveu acolhê-lo em sua escola de Paris, pensando em ajudá-lo. Mas o pobre palhaço logo mostrou que não sabia ler, escrever ou fazer contas, porque na infância não pôde frequentar a escola e agora, mesmo querendo aprender, tinha medo de ser ridicularizado.

Ao ler a carta do Inspetor, as crianças se mostraram felizes em receber o palhaço e não faltaram palavras para tranquilizá-lo: “cada um tem o seu ritmo”, "não o deixaremos sozinho", “não riremos de você”, “nós explicaremos”, “estamos todos aqui para aprender!”...

Foi assim que o palhaço Papi se apresentou em cada sala de aula para que os alunos pudessem compartilhar seus conhecimentos com ele e ensinar um pouco. Numa das classes ele aprendeu a ler por sílabas, palavras e frases e a fazer... cálculos não muito complicados; em outra, ele aprendeu multiplicações de dois dígitos. Os mais velhos ensinaram-no a identificar o sujeito e o verbo, as divisões e até mesmo geometria...

Para os alunos, esta foi uma boa oportunidade para refletir sobre acolhimento, aceitação das diferenças, respeito pelos outros... Cada um deles pôde, de acordo com suas capacidades, oferecer o que sabia e ajudar o pobre do palhaço a superar suas fraquezas. Eles tomaram consciência das dificuldades da aprendizagem e perceberam a sorte que têm de poder aprender e transmitir seus conhecimentos. Para os professores, o fato representou um momento de alívio “em tempos tão difíceis”, bem como uma forma de voltar às raízes de sua opção profissional.

Em troca, o palhaço, que é um excelente mago, ensinou às crianças alguns truques de mágica: “Você me ensina o que sabe e eu lhe ensino a fazer mágicas” foi o acordo.

No centro destes encontros está esta mensagem transmitida por "Papi, o palhaço": "Somos ricos, não pelo que temos, mas por aquilo que aprendemos a partilhar".

A experiência se concluiu com outra carta, desta vez do palhaço de Paris, que agradeceu a todos por tê-lo ajudado a progredir em tão... pouco tempo e com tanta paciência e carinho.

Grace Boscredon

InfoANS

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