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República Democrática do Congo – Entre medo e desespero, as pessoas que deixaram Goma tentam voltar à cidade

01 junho 2021

(ANS - Goma) – A apenas dois dias da ordem de evacuação preventiva para a população de dez distritos da cidade de Goma, algumas pessoas deslocadas regressaram às suas casas de Sake, Rutshuru, e ao vizinho Ruanda, no sábado, 29 de maio. Esta medida – que contraria a ordem emitida pelo Governador da Província de Kivu do Norte para proteger a população de uma nova erupção – é o resultado do desespero e da situação difícil em que muitas pessoas se encontram.

Perante o duplo problema da falta de assistência imediata, em bens alimentares e não alimentares, e da ausência de instalações de alojamento suficientes, as pessoas que regressaram a Goma decidiram desafiar o risco anunciado, de uma possível erupção no centro da cidade.

Na quinta-feira, 27 de maio, os Salesianos de Goma e todas as crianças, adolescentes e jovens sob os seus cuidados, se refugiaram numa presença salesiana localizada em Shasha, a 40 km de distância.

Em Shasha, os Salesianos e os seus beneficiários estão a tentar adaptar-se às novas condições de vida que lhes são oferecidas: é claro que a situação é de grande incômodo, visto que o ambiente salesiano em Shasha tem uma capacidade muito limitada em relação às necessidades atuais – considerada sobretudo a presença de muitos recém-nascidos e crianças pequenas, e pessoas em estado de saúde frágil. Atualmente, um total de cinco religiosas – três Salvatorianas e duas Filhas de Maria Auxiliadora – cuidam de todos os mais pequeninos, que estão reunidos, por imperiosa necessidade, numa única sala de aula – a mais sólida da estrutura.

Mas, claro, a adaptação a esse novo ambiente não tem sido fácil para ninguém. O salesiano em formação René Ngoy Masuna, responsável pelo Instituto "Saint Kizito" do "Centro Don Bosco Ngangi" em Goma, explicou que no primeiro dia, quinta-feira 27 de maio, tiveram de conseguir rapidamente que os jovens e crianças se estabelecessem nas várias salas de aula da pequena escola agrícola Don Bosco Shasha, e depois procurar comida para todos. "Por ora sabemos como aguentar; mas, se a situação não melhorar em três ou quatro dias, não estaremos em condição de satisfazer as necessidades alimentares de todos os jovens e crianças que aqui estão conosco, especialmente dos recém-nascidos, cujas ‘dietas’ são muito exigentes. A provisão de alimentos é muito limitada", explicou o salesiano.

Os Salesianos de Shasha estão à espera de que a situação melhore e, sobretudo, de que as autoridades locais confirmem que já não há qualquer risco de erupção na cidade para poderem regressar a Goma com toda a importante ‘população’ de crianças, meninos e jovens do ‘Centro Don Bosco Ngangi’.

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