A música é um instrumento fundamental na educação aos valores salesiana. O projeto de inclusão social através da música de ‘Don Bosco Róga’ deu os primeiros passos em 2003, graças ao auxílio de várias instituições internacionais. Inicialmente o programa visava as crianças residentes no centro salesiano. Mas com o tempo foi estendido a toda a comunidade. Atualmente conta com perto de 250 entre meninos e meninas, guiados por um ‘staff' de 27 educadores e profissionais, os quais os acompanham cotidianamente na sua formação – musical e humana.
A “Orquestra Sinfônica de Crianças e Adolescentes Dom Bosco Róga” atua no homônimo Centro Educativo salesiano: ali os salesianos e seus colaboradores leigos ministram ensino musical para a aprendizagem de 26 instrumentos – entre os quais, violino, violoncelo, flauta, oboé, fagote, pistão, percussão sinfônica. A tudo isso se devem acrescentar as aulas de canto, dança e teatro, ministradas de segunda a sexta durante cinco horas de tarde. E, no sábado, pela manhã.
As aulas se dirigem especificamente a crianças e jovens de 8 a 25 anos; na realidade, a atividade está aberta a todas as idades: “Há também ‘alunos’ de 73 e 76 anos. Houve casos em que primeiramente vieram as crianças; depois, os pais”, diz um dos professores. “O nosso objetivo não é o de formar musicista excepcionais, mas sermos nós um instrumento para salvar vidas humanas”, explicam os salesianos.
“Faço parte da orquestra há seis anos. Inscrevi-me porque tinha problemas de aprendizagem e me disseram que quando um estuda música se torna mais... inteligente. E de fato me ajuda a dar mais tanto na escola quanto na sociedade. Toco violino e violoncelo”, raconta Mary, 14 anos.
Para participar do projeto musical não precisa pagar nada: bastam a cédula de identidade e que as crianças sejam acompanhadas por um adulto. “O nosso desejo é continuar a progredir no equilíbrio entre o desenvolvimento técnico-musical e humano-cristão, de todos os beneficiários. Queremos que cada jovem possa desenvolver as suas capacidades musicais e aplicá-las à vida e ao seu ambiente” - explica Renan Reckziegel, diretor artístico da Orquestra.
Manuel Rojas, rapazinho de 11 anos, explica que é feliz por pertencer à orquestra. “Vi minha irmã tocar violino desde a mais tenra idade. E foi por isso que vim aqui; e consegui entrar e fazer parte do grupo”.
A Orquestra toca música sinfônica, erudita (clássica), ‘folk’, popular, andina... Todos os anos costumava dar mais do que uma dezena de concertos e encontros com outros grupos musicais juvenis, e também colheu variados prêmios – nacionais e internacionais - , além de produzir diversos álbuns. Atualmente a pandemia pôs um freio ao seu percurso. É que as aulas dos últimos meses tiveram de ser dadas obrigatoriamente on-line. Mas nem todos os alunos puderam segui-las.
