Itália – Oratório Salesiano de Foggia: futebol contra a Máfia

02 agosto 2022

(ANS - Foggia) – Foram retomados os jogos de futebol no Oratório Salesiano de Candelaro, em Foggia. E, pela primeira vez, o campo viu a participação de meninas e moças. Uma equipe 'rosa'. Dom Bosco costumava aconselhar a começar por aquilo que os jovens gostam para, depois, acrescentar uma conotação educativa", comenta Massimo Marino, 47 anos, presidente da associação esportiva "Sagrado Coração”. "E era isso que as meninas nos pediam, queriam jogar futebol".

Espaço, no oratório da comunidade salesiana frequentada por cerca de 400 menores, é o que não falta. Há 50 anos o local é o coração do bairro 'dormitório' surgido nos anos 60 como resposta à emergência habitacional. O mais populoso, mas carente de serviços. Um bairro complicado na cidade da quarta máfia. No dia 11 de julho, a apenas poucos metros do oratório e em plena luz do dia – muitas pessoas estavam entrando na igreja para um funeral e o campo esportivo estava lotado devido às iniciativas do 'Estate Ragazzi' - um criminoso foi morto. No dia seguinte, em frente à paróquia, os Salesianos do Sagrado Coração e a associação antimafia "Libera", organizaram um protesto. "A máfia mata, o silêncio também", diziam os cartazes. Porque a resposta contra o perigo da resignação, esclarecem, deve ser imediata.

O Oratório do Candelaro é uma pequena escola de vida, onde as regras são iguais para todos. Porque, ali, todos podem entrar. "Estamos trabalhando para gerar serviços sistemáticos para os jovens". Não basta imaginar um projeto bienal de atividades para o período após as aulas; aqui, o serviço de atividades para quando os jovens não estão na escola deve ser para sempre", conclui Marino.

É por isso que começa a tomar forma um acordo com a Universidade de Foggia. "Estudantes de diferentes departamentos, tais como Ciências Motoras e Educação, farão estágio no oratório e contribuirão para atividades educacionais e esportivas".

O pároco, P. Antonio Carbone SDB, é ainda mais direto: "Nestes bairros, além de um exército de soldados, é necessário um exército de educadores. Precisamos dar esperança e construir esperança, e o que procuramos realizar é um trabalho educativo. Fornecemos apoio escolar, porque sem um mínimo de cultura não se pode sair da subcultura da ilegalidade, da ignorância e da criminalidade".

O P. Carbone veio de Torre Annunziata para Foggia há um ano. “Venho de uma realidade muito semelhante. Sabemos que Foggia consta entre as últimas cidades em termos de qualidade de vida. E Candelaro é uma área com uma forte presença criminosa. O homicídio ocorrido em julho foi apenas o último dos quatro ocorridos na área desde o início do ano. É necessário um forte compromisso, todas as tardes oferecemos workshops, para melhorar a expressividade, e atividades esportivas. Nada melhor que o esporte para educar às regras e ao respeito pelos outros".

No Oratório, foi criado um grupo de reflexão que reúne escolas, universidades e pais. "Oito em cada dez adolescentes me confessam seu desejo de sair de Foggia". Eles querem construir seu futuro em outro lugar. Mas não podemos permitir que privem esta área de suas melhores energias para ficar nas mãos do crime', diz ainda o salesiano.

Em poucos meses, foram lançadas as bases para uma "comunidade educativa". Marino prossegue: "Acreditamos que sejam necessárias alianças educativas para que possamos estar mais próximos dos jovens do bairro; tomamos medidas concretas para formalizar um pacto educativo que mantenha as famílias unidas e consolide a relação com as escolas, que são guardiãs da legalidade e da educação no bairro, e depois estendemos a rede a outras associações, à paróquia e à universidade".

O Centro de Serviços para o Voluntariado (CSV) de Foggia apoiou o projeto "Un calcio alla pandemia" (Um chute na pandemia). "A Associação de Promoção Social ‘Sagrado Coração' atua com grande generosidade e sentido comunitário em um bairro complicado como Candelaro", conclui o Presidente Pasquale Marchese. O projeto, assim como as outras atividades que os voluntários estão realizando, oferece momentos de serenidade e agregação saudável, afastando os meninos e meninas das ruas, que com frequência são “más professoras".

Paola d'Amico

InfoANS

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