Madagascar – Carlos, o rapaz que conseguiu se salvar e, graças aos salesianos, também encontrou seu caminho profissional

16 novembro 2022

(ANS – Ivato) – A maior parte da população de Madagascar vive em favelas ‘subdesenvolvidas’. Na capital, muitas famílias não contam com eletricidade, banheiros ou água encanada. Mais da metade da população de Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, vive abaixo da linha da pobreza e muitos jovens buscam sobreviver nas ruas, com trabalhos informais, expostos a todo tipo de perigo. Por estas razões, o serviço oferecido pelos salesianos do centro "Notre Dame de Clairvaux" é providencial: o caso do jovem Carlos é, de fato, outro exemplo paradigmático do sofrimento dos jovens e também da esperança e dos sucessos alcançados pelos salesianos.

O centro "Notre Dame de Clairvaux", localizado perto do aeroporto internacional da capital de Madagascar, Antananarivo, é uma obra dirigida pelos Filhos de Dom Bosco que abriga mais de uma centena de adolescentes e jovens de 12 a 22 anos. A estrutura salesiana é uma instituição para crianças órfãs, em situação de risco ou de rua, às quais se oferece todo o apoio: assistência médica, alimentação, vestuário, alojamento, educação.

O objetivo principal dos salesianos é oferecer uma possibilidade de futuro a cada um desses menores e jovens. Para isso, contam com um projeto estruturado e sólido de atividades e programas de formação técnico-profissional (mecânica de automóveis, solda, agricultura, pecuária, carpintaria, alvenaria), que respondem à necessidade de competências dos jovens e da sociedade malgaxe.

Carlos é um dos muitos jovens que cresceram e passaram pelo centro salesiano "Notre Dame de Clairvaux", de Ivato. Nascido de família muito pobre, segundo de quatro filhos, concluiu seu aprendizado de soldador mecânico em julho deste ano. Ele é um rapaz muito inteligente e um grande bailarino. Gentil, sempre de bom humor, altruísta e ponto de referência para muitos outros jovens de Clairvaux.

Entretanto, o seu sorriso contagiante esconde um passado extremamente traumático. Ao que parece, ele já superou em parte, mas ainda carrega as cicatrizes, físicas e psicológicas... Tudo começou em sua pequena aldeia, no sudoeste da ilha, enquanto cozinhava arroz para sua família. Ao se distrair, Carlos estragou a comida.

No entanto, o que parece ser um episódio aparentemente insignificante, deu origem a uma terrível cadeia de eventos. Seu pai o amarrou e o torturou, cortando seu couro cabeludo com uma faca. Carlos conseguiu fugir e, depois de pedir ajuda a um pároco local, foi conduzido à obra salesiana de Clairvaux.

Após ter sido acusado pela esposa, agora seu pai está preso, mas seus parentes ainda juram se vingar e matar o jovem para compensar a desonra. Para Carlos, é impossível voltar para a aldeia: ele consegue visitar a mãe e os três irmãos apenas uma vez por ano, porque a viagem é difícil e extremamente cara. Além disso, com o chefe da família preso, a mãe precisa lutar para sobreviver.

Hoje, sem a família e longe de sua aldeia, Carlos trabalha numa oficina mecânica enquanto espera que a situação seja resolvida. A oração e a Fé o ajudam a manter a calma e trabalhar. Ele também tem um patrão compreensivo, que cuida dele e o protege, assim como os Filhos de Dom Bosco, que continuam a acompanhá-lo e a velar por ele –como fazem com todos os jovens que encontraram a esperança de um futuro melhor, futuro que ainda precisa ser... escrito.

InfoANS

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