Por ocasião do seu 50º aniversário de sacerdócio, o P. Barbero manifestou uma forte gratidão a Deus e aos seus numerosos amigos pelas inúmeras bênçãos recebidas: "Obrigado, Senhor, por teres me escolhido para ser sacerdote". Ele se lembrou dos 60 dias que passou no hospital na Itália e encarou isso como uma bênção. “Deus nos chama para cumprir propósitos especiais na vida e continuarei a servir a Igreja e o povo de Papua Nova Guiné. Deus apenas”, disse o missionário, recordando as palavras do Servo de Deus, P. Carlo Braga SDB.

“Agora ele está com o Senhor, a quem muito amava, e com Maria Auxiliadora, cuja devoção difundiu não apenas por meio de seus discursos, mas também com belas igrejas”, escreve o arcebispo emérito de Rabaul, Dom Francisco Panfilo SDB.

Dom Panfilo continua: “Eu o conhecia desde que eu era um salesiano em formação e ele era um jovem sacerdote e logo nos tornamos bons amigos. Posso dizer que ele não era apenas um meu coirmão na Congregação Salesiana, mas um verdadeiro irmão. Ficamos todos surpresos quando, em 1980, ele deixou as Filipinas, onde havia sido Diretor e Ecônomo Inspetorial, para começar a trabalhar em Araimiri, ma Papua Nova Guiné. Ele me disse, brincando: 'Você era Inspetor e agora é Bispo, mas eu sou um pioneiro'. E ele estava certo! Em Papua Nova Guiné, o P. Val deu tudo o que tinha. Durante minhas visitas inspetoriais em Araimiri, passava horas conversando com ele, mas quando chegava a hora de partir, sempre saía com o coração apertado, porque sabia o quanto o trabalho era duro e difícil. Quando, das Filipinas, fui para a Papua Nova Guiné, em maio de 1997, ele estava construindo o novo Colégio (DBTI). Ficamos juntos até o dia 8 de setembro de 2001, quando fui ordenado Bispo de Alotau. Durante aqueles quatro anos, oramos juntos, comemos juntos e trabalhamos juntos. Na verdade, quando chegou a hora de despejar o concreto, nós dois nos juntamos aos trabalhadores e ajudamos. Os edifícios que ele construiu serão conhecidos: igrejas, salas de aula, casas de professores, dormitórios…. No entanto, o que ele deixa é o fato de ter sido, antes de tudo, um sacerdote, um sacerdote salesiano e tinha orgulho disso. Ele era um homem de oração e suas reflexões eram espiritualmente profundas. Investiu milhões de dólares para erguer aqueles prédios, mas posso testemunhar que ele era desapegado de dinheiro e coisas materiais. Era pobre e muito frugal em seu estilo de vida".

“Tendo trabalhado em estreita colaboração com o P. Barbero SDB, durante 24 anos em Papua Nova Guiné, posso afirmar, com certeza, que ele foi um grande homem. Sua grandeza era sua humanidade. Assim como Dom Bosco, o P. Val também era um sonhador. Ele sonhou muito pelo bem dos jovens e a devoção a Maria Auxiliadora estava profundamente arraigada em seu coração”, escreve Vincent Oberes Jr, seu próximo e fiel colaborador.

“O P. Val não tinha meias medidas quando se tratava de entusiasmo e zelo pela missão. A herança que deixa é a paixão pelas almas, o zelo pelo Reino, o entusiasmo pelo trabalho. Esta é a essência da caridade pastoral, é o sentido pastoral que motiva e sustenta todas as nossas ações apostólicas. Todo o resto, incluindo as construções e a arrecadação de fundos, são maneiras com as quais ele expressava seu amor. Para ele, tratava-se simplesmente de tecnologias e logística necessárias para realizar os projetos, que ele via como os sonhos de Deus para nós. Não era um especialista em projetos ou logística, era um homem com um só coração... Totum Amoris Est... tudo vinha do amor”, recordou Dom Luciano Capelli SDB, Bispo de Gizo.

“A Igreja de Port Moresby, Rabaul e toda a PNG lamentam a perda do P. Val. Foi um grande homem, de grande valor pastoral e que criou obras poderosas e para as pessoas. Eu o vi trabalhando em Kerema. Que nosso bom Deus tenha misericórdia dele e o recompense abundantemente”, disse o Cardeal John Ribat, arcebispo de Port Moresby.

Por fim, podemos lembrar o que o próprio P. Barbero escreveu em uma de suas últimas mensagens ao P. Angelo Fazzini: “Obrigado por seus votos. Por duas vezes eu estive “mais para lá do que para cá”. Verdadeiramente ressuscitado. Por favor, avisem aos meus amigos sino-australianos de língua inglesa e à comunidade salesiana que me lembrarei de todos e pedirei ao Senhor todas as graças e bênçãos. Levemos adiante a cruz salesiana. Estudem como se fazer amar, perdoem para ser perdoados. Um grande obrigado a todos. Adeus a todos. Até que nos encontremos na presença do Senhor nosso Deus”.

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