Uganda – “Há meninos que precisam de tempo e oração para voltar ao bom caminho”

21 dezembro 2016

(ANS – Namugongo) – Uganda é um País da África Central e sua capital é Campala. A algumas dezenas de quilômetros de Campala está Namugongo e aí se localiza ‘Children and Life Mission’ (CALM), um Centro para meninos que viviam na rua e roubavam para poder comer. Eles têm entre 5 e... 20 anos. Em CALM trabalhou por alguns meses Anna Poliszkiewicz, voluntária da Procuradoria Missionária Polonesa de Varsóvia.

“Com o P. Elie, que trabalha na obra missionária em Namugongo, decidimos criar no Centro um belo jardim. Os meninos ajudaram, trabalharam com abnegação. Cada um deles quis participar do trabalho. Até o menor de todos, o pequeno Kaukulu, de 4 anos, fez sua parte no jardim. Depois das aulas, vinha correndo até mim e perguntava se não me tinha esquecido de regar nossas plantinhas”.

Anna ajudava os meninos no estudo. Reviam todos os dias a matéria, juntos resolviam os exercícios e faziam as tarefas. Nem sempre tudo corria bem. Alguns queriam estudar, outros atrapalhavam. Um dos meninos, que estivera várias vezes na prisão para menores, fazia travessuras todos os dias, roubava lápis, batia nos mais pequenos. Depois vinha, pedia perdão e prometia que teria sido a última vez. Mas a situação voltava a se repetir: é que no fundo o que o menino tinha era fome de amor, de paciência...

CALM é um centro para os meninos de rua e é difícil apagar a rua das suas cabeças.

Certo dia, chegou um caminhão com arroz e roupas dos Estados Unidos. A alegria foi imensa, mas para alguns foi também uma oportunidade para roubar. A comunidade toda ajudava a descarregar o caminhão – os padres, os irmãos e alguns educadores. Mesmo assim desapareceram sete caixotes: depois de alguns dias, alguns dos meninos reconheceram a própria culpa e sozinhos devolveram a roupa que tinham roubado. Outros esconderam camisetas nos arbustos e na mata: esperavam que ninguém as encontrasse.

A criatividade dos meninos não tem limites. Desta vez colocaram um porquinho na mochila para levar para fora do Centro e vender. Tinham a esperança de que ninguém visse como a mochila estava estourando para fora...

Mas há também meninos que por eles mesmos dizem precisar de tempo e oração para voltar ao bom caminho. Tornam-se, então, exemplo para os demais. Sempre amáveis, sorridentes, com vontade de ajudar.

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