Vaticano – Cardeal López Romero SDB: 'Para mim, o Papa Francisco foi um pai, um modelo, um amigo'

02 maio 2025

(ANS - Cidade do Vaticano) - Entre os cardeais salesianos que estarão presentes no Conclave na quarta-feira, 7 de maio, está Cristóbal López Romero, Arcebispo de Rabat, capital do Marrocos. Ele foi ordenado Bispo e criado Cardeal pelo Papa Francisco, Pontífice que ele recordou durante o período de luto pela morte do primeiro Papa latino-americano: "Para mim, o Papa Francisco foi um pai, um exemplo de pastor e um amigo que me conhecia".

Em entrevista concedida durante as Congregações Gerais de Cardeais, durante o Pré-Conclave, o Cardeal salesiano citou o Santo Padre, falecido recentemente, demonstrando um profundo carinho e proximidade, além de reforçar a relação existente.

"Eu o cumprimentei pela primeira vez numa dessas reuniões em que há 200 pessoas e o Papa costumava apertar a mão de cada uma delas. Mais tarde, em 2018, ele me nomeou Bispo de Rabat, a pedido da congregação correspondente; e quando o conheci um pouco mais, reconheceu que me havia nomeado Bispo sem mesmo saber como eu era."

"Tive a oportunidade de conhecê-lo em nível mais pessoal em 2019, quando Francisco visitou o Marrocos e fui seu anfitrião. Ele veio até nós para nos tranquilizar e reforçar nossa Fé. A recordação mais marcante dessa visita foi quando fomos juntos visitar uma instituição social, numa visita classificada como particular: estávamos presentes apenas o motorista, o segurança, Ele e eu. Sentamos no banco de trás do carro, conversando em espanhol e rindo juntos, primeiro por 20 minutos na viagem de ida e depois por 30 minutos na volta. Na ocasião, pude explicar a ele quem eu era e como era a Igreja no Marrocos. Ele provavelmente gostou da gente, porque o fazia rir".

A viagem, juntamente com outros eventos relevantes, como a declaração conjunta sobre a Fraternidade Humana firmada em Abu Dhabi no mesmo ano, teve consequências significativas no mundo muçulmano. Por isso, o Cardeal López Romero questionou: "Como o mundo muçulmano vive a falta do Papa Francisco?" Recebi diversas mensagens de apoio e pesar. Durante sua visita ao Marrocos, o Papa deixou uma grande impressão. Ao me reunir com o Rei do Marrocos, garantiu-me que a recordação da visita do Papa será eterna.

Em diversas entrevistas, López Romero também destacou alguns aspectos do pontificado de Francisco. "Houve uma grande atenção de sua parte ao Mediterrâneo. Estive com ele em Bári e Marselha, e ele deu um grande impulso à Teologia do Mediterrâneo. Uma pastoral que quer fazer do Mediterrâneo não uma fronteira de paz, mas uma paz sem fronteiras".

Outro mérito que Romero reconhece no Papa Francisco é que ele apostou fortemente na universalidade da Igreja, fato comprovado pelo atual Conclave, o mais internacional já registrado. "Graças ao Papa Francisco, ficou muito mais claro que a Igreja é universal – católica – ; não há fronteiras geográficas que nos limitem", afirma o Arcebispo de Rabat. "Depois de 50 anos de um papa polonês, um papa alemão e um papa argentino, por que não pensar num papa de Mianmar, do Timor ou da Austrália, ou da América do Norte, ou da África? Tudo está aberto", diz.

O Cardeal salesiano declara estar "completamente alinhado com todas as propostas de Francisco e com sua maneira de fazer, falar, agir. Há os que afirmam: "Ah, eu sou de Bento XVI"! Outros: "Sou de Francisco!". O ainda: "Sou de João Paulo II !". Eu pertenço a Cristo e ao Evangelho. E, se aprecio Francisco, é porque ele representa o Evangelho em sua pureza.

Quanto ao perfil do próximo papa, López Romero tem ideias claras: "Acredito que precisamos de um papa que seja capaz de construir a unidade entre todos; de um Papa que seja inclusivo, que não exclua nada nem ninguém; que nos encoraje a caminhar, porque a Igreja é o Povo de Deus em caminho, em marcha, que não se contenta, que não se fica parado: somos peregrinos e devemos marchar! Mas devemos marchar juntos!". E mais: deve ser um Papa que nos ligue a Cristo desde o início, desde a origem. Francisco me auxiliou a estabelecer uma conexão com o Evangelho e, simultaneamente, com a tradição. Porque tradição não se refere ao que foi realizado no século XIX, mas sim ao que foi realizado nos séculos anteriores. E o Evangelho é a coisa mais tradicional que existe: é a origem de toda essa corrente.

Quanto a si mesmo - consciente de que como todos os outros Eleitores, poderia ser o escolhido – defende-se com uma metáfora de futebol, que, mais uma vez, exalta o talento do Papa Francisco: "Seria como se me dissessem que Messi está se a retirar e que eu serei seu sucessor"!

Fontes: El Confidencial, RTvE 

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