O ápice da histórica celebração de três dias ocorreu no dia 12, com a presença do Reitor-Mor, P. Fábio Attard, da Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Chiara Cazzuola, e dos recém-chegados missionários, além de animadores missionários de diversas regiões do mundo e mais de 350 integrantes da FS, unidos por gratidão e renovado zelo missionário.

Revisitando Águas Sagradas

O evento começou às 10h no Porto Antigo, onde cerca de 200 participantes foram recebidos com a tradicional focaccia lígure, num gesto de comunhão e acolhida, pouco antes de embarcar para um passeio simbólico pelas mesmas águas, de onde, em novembro de 1875, partiram os primeiros 10 Salesianos Missionários.

A bordo, estavam o P. Francesco De Ruvo, a Ir. Anna Maria Spina, Diretora das FMA de Gênova, e mais Coirmãos salesianos. O barco seguiu até o icônico farol Lanterna, enquanto relatos sobre coragem, Fé e os últimos conselhos de Dom Bosco ecoavam no convés. Suas palavras — o pedido para “cuidar dos filhos dos emigrantes italianos” — ressoaram com força especial num mundo ainda marcado por migrações e deslocamentos.

A viagem simbólica conectou passado e presente, relembrando que a missão salesiana é um chamado contínuo, renovado pelo “sim” de cada geração à Vontade de Deus.

Um monumento à memória

De volta à terra firme, às 11h15, os participantes se dirigiram à cerimônia de inauguração de Placa de Comemoração, no Porto Antigo. O Evento reuniu Autoridades civis e eclesiásticas, o Reitor-Mor e dez Jovens, representando simbolicamente os Dez Primeiros Missionários, o legado e a coragem daqueles que zarparam confiando unicamente na Providência Divina.

Os jovens recebem os sucessores dos missionários

Em seguida, a procissão chegou ao Instituto Don Bosco de Sampierdarena, fundado pelo próprio Dom Bosco em 1872. Ali, a celebração assumiu o tom alegre e juvenil característico do carisma salesiano. Alunos de 30 nacionalidades formaram um corredor de boas-vindas com bandeiras de todas as nações e músicas, expressando a universalidade da missão que completa 150 Anos.

Eles ofereceram presentes simbólicos ao Reitor-Mor — cadernos, bolsas de trabalho e um moletom da escola — representando educação, formação profissional, sentido de comunidade. O P. Attard respondeu com a tradicional mensagem de bom-dia salesiano, transformando uma simples mensagem num momento de acompanhamento pastoral e incentivo.

Eucaristia Solene: Coração da Missão

Às 12h30, mais de 350 pessoas entraram em procissão na igreja paroquial local para a Solene S. Missa. Além dos Coirmãos salesianos, estavam presentes Autoridades civis e militares, como o General da Legião da Ligúria e o Comandante Provincial dos Carabineiros, testemunhando o profundo impacto que a presença salesiana teve, na cidade portuária industrial por mais de 150 anos.

A Eucaristia se tornou um momento de profunda comunhão, unindo o agradecimento pelas graças recebidas com as orações pelos futuros missionários; e pelo trabalho contínuo entre os jovens, especialmente os mais pobres e vulneráveis.

Inauguração do Museu das Expedições Missionárias

Às 13h30, foi inaugurado o Museu das Expedições Missionárias, criado para “auxiliar os visitantes a agradecer, repensar e relançar a obra missionária”.

A cerimônia contou com uma série impressionante de palestrantes. O Arcebispo de Gênova, Dom Marco Tasca, abriu os trabalhos, seguido pelo representante do Prefeito de Gênova, que falou em nome da Cidade. O Diretor dos Museus do Mar de Gênova acrescentou sua saudação institucional antes que os criadores do museu — P. De Ruvo e a Arquiteta Valentina Calabrese — explicassem sua visão para tal e único espaço.

Em seguida, a Madre Geral das FMA e o Reitor-Mor dos SDB ofereceram suas reflexões, destacando a importância contínua da coragem e da generosidade missionárias no complexo mundo atual. “Estamos honrados por receber os guias da Congregação e os novos missionários, que nos inspiram a fazer da vida um dom de amor”, declarou o P. Sergio Pellini, Diretor do Instituto Dom Bosco, de Sampierdarena.

O corte da fita deu início à exposição cuidadosamente organizada, que ilustra os 150 anos da aventura missionária salesiana. Os convidados percorreram as salas com evidente surpresa e emoção, interessados e impressionados pelas histórias de sacrifício, alegria e serviço transformador conservadas no seu interior.

Espírito de Família e Comunhão Fraterna

Ao término da visita ao museu, os convidados se encontraram no refeitório dos alunos para o almoço: a atmosfera acolhedora, marcada por calor humano e espírito de família – tudo refletiu o que os participantes descreveram: ‘Uma como experiência genuína de hospitalidade salesiana!’. ‘Em cada detalhe, sentimos amor e cordialidade!’.

Antes de partir não podia faltar a foto de grupo no monumento de Dom Bosco do Instituto, para lembrar a cada participante um renovado empenho cristão, pela Causa Missionária.

Três dias de renovação espiritual

As festividades do dia 12 de novembro marcaram o ponto culminante de três dias de celebrações. Na segunda-feira, 10, o Cinema Don Bosco exibiu documentários sobre missões salesianas. Na terça, 11 — data exata do envio dos primeiros missionários em 1875 —, realizou-se uma vigília de oração na Igreja de São Caetano, com interlúdios musicais do Maestro Stefano Mhanna.

Esses momentos prepararam espiritualmente o clima de gratidão e expectativa que culminou nas celebrações de quarta-feira.

Um legado vivo em uma cidade industrial

O próprio Instituto Dom Bosco de Gênova-Sampierdarena encarna o espírito missionário celebrado. Fundado por São João Bosco em 1872 — a apenas três anos daquela primeira expedição missionária — o Instituto foi estrategicamente localizado num bairro operário e industrial para servir aos filhos dos trabalhadores e dos pobres.

Por 153 anos, a obra seguiu ininterrupta, ajustando-se às mudanças do tempo, mas mantendo-se fiel ao seu carisma original. Atualmente, dezenas de educadores atendem a aproximadamente 200 crianças do ensino fundamental e médio, 450 jovens em programas de capacitação profissional, 12 residentes na comunidade educativa territorial e 600 jovens nos programas esportivos do oratório. Esses jovens trazem consigo aproximadamente 30 diferentes nacionalidades,  transformando o Instituto num laboratório vivo da missão intercultural que teve início quando os primeiros dez salesianos embarcaram para a Argentina a fim de atender aos filhos dos imigrantes italianos.

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