No início de sua Viagem Apostólica ao Líbano, o Papa Leão se reuniu com as Autoridades Civis do País, exortando os jovens a falarem “a linguagem da esperança”, a mesma que, segundo ele, permitiu ao Líbano “recomeçar sempre”.
O Papa dirigiu-se às Autoridades civis libanesas, a Representantes da sociedade civil e ao Corpo diplomático reunido no Palácio Presidencial de Beirute; e pronunciou seu primeiro discurso em solo libanês.
No pronunciamento, centrado no tema principal de sua viagem - “Bem-Aventurados os que promovem a paz” - o Santo Padre ressaltou que a paz no Líbano não é apenas uma aspiração: é uma necessidade diária, enraizada no complexo tecido social do país e nos desafios atuais.
E lembrou aos Guias libaneses que a paz em seu país não é uma abstração, mas “um desejo e uma vocação” que deve ser construída passo a passo.
A resiliência libanesa
Enfatizando a resiliência do povo libanês, o Papa observou que ele “não desiste” mesmo diante das dificuldades. E descreveu essa resiliência como uma base para reconstruir e seguir em frente, acrescentando que ela é essencial para aqueles responsáveis que devedm moldar o futuro do Líbano.
Na sequência, ao convocar os Guias a manter-se estreitamente unidos com o seu Povo, em particular com as gerações mais jovens, o Pontífice os instou a utilizar “a linguagem da Esperança”, a qual possibilitou ao Líbano “a sempre recomeçar de novo”.
Reconciliação e verdade
O Papa Leão sublinhou ainda que, para uma paz sustentável, é necessário enfrentar as feridas do passado, insistindo no fato de que a reconciliação deve ser buscada com paciência e honestidade.
“Há feridas pessoais e coletivas - disse - que, para se poderem cicatrizar, exigem longos anos; por vezes, gerações”.
E enfatizou que a verdade e a reconciliação “sempre crescem juntas” e alertou para o perigo de ficarmos “presos à nossa dor e à nossa maneira de pensar”.
As instituições, acrescentou, devem priorizar o bem comum, que descreveu como “maior do que a soma de muitos interesses”.
O desafio da emigração
O Sumo Pontífice abordou, em seguida, a incessante emigração dos jovens, reconhecendo que é a incerteza e as adversidades que motivam a muitos... partir.
E evidenciou que, embora a diáspora libanesa possa trazer muitos benefícios, “a Igreja deseja que ninguém se veja obrigado a partir”.
Destacou a necessidade de condições que permitam aos jovens permanecer e construir seu futuro em casa; e convidou o Líbano a evitar tanto o “localismo” quanto o “nacionalismo”.
Ao citar “Fratelli tutti”, relembrou às Autoridades a importância de manterem tanto a identidade local quanto a abertura global, enfatizando que esses são “dois polos inseparáveis e igualmente vitais em toda e qualquer Sociedade”.
Mulheres e jovens
E, ao reconhecer a contribuição das mulheres na sociedade, o Papa declarou que elas têm uma "especial habilidade pacificadora", profundamente enraizada m sua habilidade de sustentar e fortalecer os vínculos sociais. Sua participação, disse ele, é um “fator de verdadeira renovação”.
Por outro lado, os jovens que permanecem ou retornam ao Líbano, acrescentou, contribuem de forma decisiva para garantir que o País “possa voltar a ser uma terra cheia de vida”.
Responsabilidade compartilhada pela paz
Ao finalizar seu discurso, o Papa Leão XIV lembrou aos presentes que a paz exige um empenho ativo, tanto por parte dos líderes quanto das instituições.
O diálogo, afirmou, “é o caminho que conduz à reconciliação”, mesmo em meio ao desacordo.
