Nicarágua – O povo da Nicarágua pede a paz em alta voz

04 junho 2018

(ANS – Masaya) – Já são 45 dias que a paz na Nicarágua vem deteriorando. O fim da violência era um dos pedidos mais claros, mas o número de mortos subiu a mais de 90. O número de feridos, a centenas. Há duas semanas, numa mesa de diálogo com o Presidente Daniel Ortega, o jovem Lester Aleman dirigira-se com firmeza total ao Presidente: “Nós lhe pedimos para ordenar o fim desses ataques, da repressão e do assassinato pelas forças paramilitares das suas tropas...”. Uma voz não ouvida.

José Carlos Martínez

O processo que a Igreja Católica iniciara com o “diálogo nacional” chegou a um ponto morto, quando os representantes de alguns setores, em especial o governo, recusaram-se a enfrentar a questão da democratização do País.

Hoje, as ruas tornaram-se campo de batalha entre paramilitares e polícia contra os civis que continuam a manifestar-se pacificamente.

A tensão aumenta e isso influencia a realização das normais atividades sociais. Os bloqueios nas ruas – chamados de “tranques” – continuam a ser o único caminho para sair da situação atual, as marchas continuam a mostrar a voz de um povo que não se deterá enquanto a justiça e a paz não retornarem.

Fotos e vídeos nas redes sociais descrevem a realidade em que a Nicarágua vive atualmente. O mundo inteiro e a comunidade internacional têm uma visão de como caminha a situação tensa e difícil da população nicaraguense.

Em Masaya vive-se uma das situações mais difíceis. Domingo, 3 de junho, no centro da cidade, um novo confronto entre as forças da ordem e do governo contra os manifestantes provocou a morte de cinco pessoas, como confirmado pela Associação pelos Direitos Humanos da Nicarágua (ANDDH).

Os hospitais têm ordem de não cuidar das pessoas feridas nas manifestações, por isso o Instituto Dom Bosco abriu suas portas e, com a ajuda de médicos, voluntários e pessoas de bom coração, provê às necessidades de quem precisa de cuidados. As atividades educativas da escola continuam suspensas, enquanto os Salesianos continuam a oferecer fé e esperança a um povo que invoca a paz em alta voz.

Por sua vez, o Centro Dom Bosco de Manágua e o Instituto Dom Bosco de Granada continuam o seu trabalho habitual, com algumas medidas normais de segurança e sempre atentas à evolução da situação.

InfoANS

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