Em seu discurso de abertura, o Diretor do EITP, P. Rodrigue Gbedjinou, enfatizou a importância de reservar um tempo para fazer as perguntas certas e encontrar respostas relevantes. Ele sublinhou, em particular, a necessidade de refletir sobre o que a Igreja ainda pode oferecer aos jovens de hoje.
Em seguida, o Dr. André Alihonou, psicólogo clínico, apresentou aos participantes o mundo dos jovens e adolescentes. Com base em sua experiência e conhecimento profissional, o psicólogo convidou a assembleia a redescobrir sua identidade-adolescente para poder ouvi-los e servi-los. "A adolescência é um período complexo, repleto de oportunidades de desenvolvimento pessoal e grandes desafios relacionados à busca de identidade, autonomia e relação social", ressaltou o especialista. Por isso, segundo o palestrante, é importante entender essas dimensões para melhor apoiar os jovens nessa fase crucial de suas vidas.
Alihonou também solicitou aos participantes que aprendam a ouvir e a confiar nos jovens. Ele tem razão ao afirmar que é preciso educar as comunidades de forma diferente, pois "os adolescentes e os jovens esperam que os sacerdotes e capelães sejam exemplos, referências e intermediários em seu caminhar para a maturidade".
Após a palestra do psicólogo, a Ir. Marcelle Aholou, socióloga e membro da Congregação das Virgens Consagradas, da Diocese de Cotonou, apresentou uma perspectiva sobre a relação atual dos jovens com a Fé e a Igreja.
De acordo com a Ir. Marcelle, essa relação é ambivalente. Por um lado, alguns jovens percebem a Igreja como um lugar de fraternidade, apoio e Fé autêntica. Por outro, sentem-se distantes dela, ou até mesmo em desacordo com seus valores e práticas.
Com essa observação em mente, a Ir. Marcelle esclareceu que a Igreja atualmente é chamada a:
- empenhar-se por explicar aos jovens questões relacionadas à Fé e à Igreja;
- acompanhar os jovens a responder às muitas perguntas que surgem e que fazem sentido para eles num momento de troca e diálogo;
- ensinar a doutrina social da Igreja;
- oferecer aos jovens um testemunho autêntico de Fé e amizade;
- promover iniciativas empreendedoras;
- utilizar as redes sociais para chegar aos jovens;
- desenvolver formas de expressão da Fé;
- estabelecer formas de apoio para os jovens.
"Os jovens esperam que a Igreja seja mais aberta e socialmente engajada, capaz de se adaptar às realidades contemporâneas, de responder às suas preocupações e ajudá-los a progredir", concluiu.
Foi nesse processo dinâmico de busca por soluções que o P. Joseph Basson, Delegado Inspetorial da Pastoral Juvenil da Inspetoria Nossa Senhora da Paz, da África Ocidental Norte (AON), interveio. O salesiano contribuiu para a tomada de decisões pastorais concretas, ousadas e inovadoras. Essas decisões, fundamentadas no modelo salesiano de pastoral juvenil, com Cristo-Bom Pastor como referência central, precisam atender aos anseios contemporâneos dos jovens.
O P. Basson desenvolveu suas reflexões em torno de três modelos pastorais inovadores: o modelo catequético-pastoral, o modelo escolar-pastoral e o modelo oratoriano herdado de São Filipe Néri e São João Bosco. Ele afirma que esses modelos exigem não apenas um planejamento cuidadoso mas também recursos humanos e financeiros.
Por fim, o P. Basson listou uma série de atividades (esportivas, culturais e acadêmicas) da Pastoral Juvenil Salesiana que poderiam ajudar a assembleia a adaptar o estilo tradicional às necessidades dos jovens e adolescentes de hoje. Noutras palavras, a Pastoral Juvenil precisa se adaptar aos tempos de mudança e às necessidades dos jovens.
