Itália - A Igreja está enfrentando os desafios e oportunidades da web?

26 abril 2019

(ANS - Roma) - Em 2019 o mundo celebra 30 anos de internet. O prof. Fabio Pasqualetti, SDB, decano da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Pontifícia Salesiana, fala sobre as mudanças e novos desafios.

O que mudou, em relação à comunicação da Igreja durante décadas, seja no que diz respeito ao anúncio da Palavra como na presença na rede?

Em primeiro lugar, a Igreja precisou responder a um desafio em nível de estrutura de comunicação. A Igreja, não é difícil reconhecer, sempre teve uma estrutura de comunicação "de cima para baixo", isto é, dos mais altos vértices até a base. A Internet, ao contrário, implica em um estilo de comunicação completamente oposto: de todos para todos, horizontal, sem a presença de um ponto convergente.

Assim, a Igreja precisou aceitar o desafio de entrar na rede, aceitando o fato de ser uma voz entre muitas outras. Acredito que este tenha sido sue maior desafio, no sentido de que é realmente necessário ter algo interessante para dizer, uma vez que alguém visita seus sites, consulta seu conteúdo e, portanto, também encontra espaço para comparações. No entanto, ainda não existem muitas instituições e locais eclesiais prontas para acolher este tipo de confronto direto; muitos talvez acolham contribuições, mas sempre muito regulados; outros são portais de informação.

Acredito, no entanto, que a longo prazo esteja sendo incorporado o conceito de que a maneira de comunicar – para quem deseja permanecer nos ambientes digitais como as mídias sociais, por exemplo - inevitavelmente implica uma interação mais direta.

Certamente, a Igreja tem sido capaz, até mesmo profeticamente, de lembrar em seus documentos magistrais, o papel que a comunicação pela internet deve ter..

O princípio fundamental da Igreja, no que diz respeito a todos os meios de comunicação, é que estes devem ajudar a humaniza-la cada vez mais. Este também é o grande desafio. Podemos colocar outro parâmetro simbólico extraído do Evangelho: ou o sábado está a serviço do homem ou o homem corre o risco de ser escravo do sábado.

Quais são os novos sábados? Poderíamos pensar na economia, no desenvolvimento, na tecnologia que, se orientadas nas novas formas a serviço do homem, podem se tornar verdadeiramente libertadoras e permitem progredir e crescer como humanidade. A partir do momento em que, em vez disso, estes se tornam instrumentos de controle, de poder, de submissão dos outros, obviamente acabam por escravizar. Então, acredito que aqui também o grande desafio seja compreender, hoje, em qual direção estamos indo; compreender, por exemplo, a problemática dos algoritmos, do machine learning, de quem os utiliza, quem os controla, o que está sendo feito, para ter maior conhecimento e consciência sobre qual direção estamos tomando, como empresa e como humanidade.

Fonte: Vatican News

InfoANS

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