Estamos falando do Irmão Sr. Riccardo Racca, salesiano coadjutor, nascido em 1954, que conversou com o semanário "La Fedeltà" (A Fidelidade), fazendo um mergulho em seu passado de criança, criado entre a mercearia e ‘rotisserie’ dos pais, e o pátio da paróquia, lembrando a escola primária e as aventuras com os amigos.
No cumprimento da missão de filho de Dom Bosco, enquanto participa da gestão da Escola Profissional e do Oratório, o Sr. Racca visita, na prisão, jovens que não puderam contar com um julgamento e não contam com nenhum acompanhamento educativo. De vez em quando ocorre um "milagre", como o de um jovem que não tinha uma perna, para o qual conseguiu licença de tratamento, superando a relutância determinada pela resignação. Ao cumprir sua pena, o jovem está livre para se locomover e enfrentar a vida, tomando seu destino em suas próprias mãos.
O olhar experiente de camponês levou o salesiano irmão a explorar novas possibilidades de uso de uma planta utilizada pela população local para fins alimentares. Trata-se da moringa, também chamada de “árvore-rabanete”, com até 7 metros de altura e folhas aproveitáveis. As raízes são comestíveis, as folhas são saborosas, as vagens podem compor um prato de salada e as sementes geram um óleo que pode ser usado no fabrico de cosméticos. O mais importante é que suas propriedades podem ser uma resposta às necessidades alimentares das comunidades: as vitaminas, as proteínas, o cálcio, os antioxidantes que a moringa contém, são preciosos aditivos: e é possível secar suas folhas para que durem mais, ou sejam aproveitadas como tempero ou chá.
A planta foi classificada como "superalimento" em 2022, graças à divulgação que o Sr. Racca vem fazendo, há alguns anos. Ele aproveitou suas visitas periódicas à Itália e à Europa para colher informações e considerar as possibilidades de cultivo extensivo em Serra Leoa, além de fazer contato com especialistas e potenciais compradores do pó da planta.
De fato, seu sonho é que os agricultores de Bo, atualmente cerca de vinte famílias reunidas numa cooperativa da missão, possam produzir e tratar o produto também para exportação: desta forma o comércio se tornaria um primeiro passo para a autossustentabilidade daquela presença salesiana. A estes recursos somam-se os que muitos Benfeitores confiam à "Missioni Don Bosco" de Turim, para defender os menores mais frágeis, vislumbrando o fortalecimento da Escola profissional, dos Serviços socioeducativos e da Formação de novos salesianos para dar um futuro à Congregação em Serra Leoa.
Em suas viagens periódicas, o Irmão Riccardo costuma visitar, em Piasco, sua irmã, que representa o porto seguro familiar e o apoio espiritual que antes recebia também de seus Pais; e, em Fossano, os novos integrantes da Obra salesiana e seus colegas estudantes que se tornaram profissionais, encontrando as forças para cultivar (é importante mencionar) o seu sonho que caminha - como o fazia o Santo Fundador - com os pés na terra. A associação piemontesa dos ex-alunos das escolas salesianas abraçou com entusiasmo este projeto. O "milagre" será o primeiro contêiner que, em vez de sair da Itália para levar ajuda, será carregado em Bo para exportar moringa em várias formas.
Fonte: La Fedeltà
