Isaac, quer se apresentar?
Meu nome é Isaac Ofoyrwoth, Salesiano de Dom Bosco, da Inspetoria África Grandes Lagos (AGL). Sou do norte do Uganda, região fortemente marcada pelo fervor dos Missionários Combonianos. Fiz a primeira Profissão em Kigali, Ruanda, no dia 15 de agosto de 2022. Estou sendo enviado para a ‘Visitadoria de Papua-Nova Guiné – Ilhas Salomão’ (PGS), no Pacífico, com destino específico a Vanuatu, onde os Salesianos inaugurarão uma presença ainda este ano.
O que o levou a se tornar missionário?
Vale ressaltar que não há Salesianos na minha região de origem (onde predominam missionários combonianos e franciscanos). Por esse motivo, cresci observando o exemplo dos missionários combonianos, que deixaram sua terra natal para levar Fé e educação ao nosso povo. Sua generosidade, humildade e proximidade aos pobres me tocaram profundamente. Sempre acreditei que na vida só o dedicar-me plenamente a Deus poderia me trazer satisfação. Entretanto, o desejo de vivenciar algo intenso, radical e duradouro continuava a crescer dentro em mim. Compreendi que a única forma de atingir essa satisfação era dedicar-me totalmente e, sobretudo, entregar completamente minha vida, a Jesus como missionário. Para mim, a vocação missionária não consiste em fazer grandes coisas, mas em permitir que o Senhor me use para o Seu povo, onde quer que Ele queira.
Como você se sente em relação ao lugar para onde está indo? Tem receios ou inquietações pelo novo lugar, cultura, pessoas?
Sim, estou muito satisfeito com o lugar a que fui destinado como missionário. Viajar para Vanuatu, onde os salesianos estabelecerão uma nova missão, me traz entusiasmo e humildade. É natural que eu tenha receios: uma cultura diferente, um idioma novo e pessoas desconhecidas sempre trazem desafios; entretanto, creio que a graça de Deus supera minhas limitações. Minha felicidade vem de participar de algo inovador que apresentará Cristo aos jovens – os quais só ali conhecerão, pela primeira vez, os Salesianos.
Qual a reação dos familiares, amigos e seus coirmãos quando lhes falou de sua vocação missionária?
Quando informei a alguns membros da minha família que partiria para longe, possivelmente para sempre, eles ficaram surpresos e um pouco tristes. Contudo, acolheram minha escolha com Fé e amor. Diversa a reação de meus amigos e Coirmãos: alguns elogiaram a decisão; outros a consideraram difícil de entender. Eu, entretanto, após aceitar o chamado de Deus, senti uma profunda paz e liberdade. Embora as decisões possam ser-nos dolorosas, se forem tomadas com Fé tornam-nos sempre profundamente felizes.
Quais são seus planos e sonhos para sua vida missionária?
Meu sonho é simples: tornar-me santo e auxiliar os outros a tornar-se santos. É por isso que quero estar totalmente disponível para o Cristo Jesus, servindo os jovens, os pobres e os esquecidos, com a alegria de Dom Bosco. Sonho com uma vida missionária enraizada na oração, na alegria e na proximidade às pessoas, onde a santidade é vivida em pequenos gestos de amor diário. Acima de tudo, desejo ser um instrumento da ternura e da misericórdia de Deus entre Seu povo.
Entre os grandes missionários, há algum modelo cujo estilo de vida e devoção você gostaria de imitar?
Sim, São Paulo, que não conseguia descansar enquanto ainda havia almas para salvar. Também admiro São João Bosco e os primeiros Missionários Salesianos que levaram seu espírito ao mundo inteiro, com alegria e criatividade. Rezo para viver com o mesmo zelo e a mesma simplicidade. Por fim, também sou muito inspirado por São Daniel Comboni: ele sempre foi meu herói na Fé; seu amor pela África e sua coragem em transpor fronteiras continuam a me inspirar; seu espírito de doação e desejo de “salvar a África com a África” moldaram minha maneira de ver a missão.
Como você se sente em relação à experiência que está tendo agora ao frequentar o Curso Missionário e participar desta 156ª Expedição Missionária Salesiana?
Participar do 150º aniversário da 1ª Expedição Missionária Salesiana é uma graça difícil de exprimir com palavras. O caminho missionário abre os olhos e coração para a universalidade de nossa vocação. Viver e aprender com Coirmãos de muitos países me fez sentir parte de uma grande Família. Considero o Curso um momento de preparação, purificação e de profunda gratidão; um momento para deixar que Deus molde meu coração missionário, uma escola de amor na qual se aprende a confiar mais em Deus do que em nós.
Qual a sua mensagem aos jovens sobre a escolha missionária e a vocação?
Para os jovens, eu diria: não tenham medo de aceitar o chamado de Deus. Sua Vontade nem sempre é clara, mas nos orienta gradualmente por meio de nossos anseios, circunstâncias, preces. O mais importante é ter confiança e ser generoso consigo mesmo. Se você se entregar a Deus, Ele o há de usar para algo muito maior do que você poderia imaginar. A verdadeira felicidade está em responder "sim" ao Seu chamado.
O mundo precisa de corações em chamas, de pessoas que ousem amar sem limites. Se você entregar sua vida a Deus, nada perderá: ganhará tudo. Deixe que sua vida se torne uma real Missão de Amor!
https://www.infoans.org/pt/secoes/entrevistas/item/26076-rmg-conheca-os-novos-missionarios-isaac-de-uganda-para-vanuatu-no-pacifico#sigProIda48219997c
