Canadá – "Caminhar juntos": a viagem do Papa sob a bandeira da reconciliação e da consolação

25 julho 2022
Fotos © : Vatican Media

(ANS - Edmonton) - Uma viagem apostólica que é, antes de tudo, "uma peregrinação penitencial, que espero, com a graça de Deus, possa contribuir para o caminho de cura e reconciliação já empreendido", foi assim que o Papa Francisco definiu, no Angelus de 17 de julho, a viagem que está fazendo no Canadá - de 24 a 30 de julho, com paradas em Edmonton, Maskwacis, Quebec e Iqaluit - para pedir perdão e levar consolo aos povos indígenas vítimas da colonização.

"Infelizmente, no Canadá, muitos cristãos, incluindo alguns membros de institutos religiosos, contribuíram com as políticas de assimilação cultural que, no passado, prejudicaram gravemente, de várias maneiras, as comunidades nativas", disse o Santo Padre na mesma ocasião, em 17 de julho.

Desde que fui nomeado núncio, em 2021, pude viver imerso na atmosfera particular que se criou na sociedade canadense, com atitudes muito críticas em relação à Igreja por seu passado", comentou Dom Ivan Jurkovič, Núncio Apostólico no país. Só para esclarecer, a Igreja fez muitas coisas boas, mas aqui estamos falando do envolvimento na preservação da identidade cultural dos povos indígenas. Ainda que os Papas e Bispos tenham falado diversas vezes, explicando, e até mesmo pedindo desculpas, havia a necessidade de abordar o problema de uma maneira diferente".

Caminhar juntos" é o lema da viagem - expresso em inglês e francês, as línguas oficiais do Canadá - que representa a 37ª viagem apostólica do Papa Francisco e a quarta visita de um Papa ao Canadá, depois de São João Paulo II, em 1984, 1987 e 2002, para a JMJ de Toronto.

As atividades do Papa em solo canadense começaram ontem, 24 de julho, no aeroporto de Edmonton; alguns representantes de First Nation, Metis e Inuit - realidades indígenas reconhecidas pelo governo canadense - receberam o Pontífice vestindo trajes tradicionais e entoando em coro cânticos rituais.

Hoje, segunda-feira 25 de julho, ocorrerão os dois primeiros encontros: às 10h (UTC-6), uma visita aos povos indígenas nas reservas de Maskwacìs, 100 quilômetros ao sul de Edmonton; às 16h45, outro encontro com os indígenas na Igreja do Sagrado Coração, com a participação da comunidade paroquial.

O programa, que prevê uma combinação de eventos públicos e privados, com ênfase na participação indígena, também inclui outras etapas significativas para os próximos dias: amanhã, 26 de julho, a Festa dos Santos Joachim e Ana, que é muito sentida pelos povos indígenas, o Papa Francisco celebrará a Missa no Estádio Commonwealth e, à noite, participará da peregrinação em honra de Santa Ana às margens do Lac St. Anne.

No dia 27 de julho, o Papa viajará para Quebec, onde será recebido com uma cerimônia na Residência do Governador Geral e se reunirá com autoridades civis, representantes dos Povos Indígenas e do Corpo Diplomático. Ainda em Quebec, no dia 28 de julho, ele celebrará a Eucaristia no Santuário Nacional de Sainte Anne de Beaupré e Vésperas com o clero, seminaristas e agentes de pastoral na Catedral de Notre Dame de Québec.

Na manhã de 29 de julho, ele terá uma reunião privada com membros da Companhia de Jesus e depois com uma delegação de indígenas presentes no Quebec, antes de embarcar para Iqaluit, ao sul do Círculo Polar Ártico, onde participará de um encontro particular com alguns alunos das antigas "Escolas Residenciais", estabelecidas entre o final do século XIX e as últimas décadas do século XX pelo governo canadense e confiadas às Igrejas cristãs locais, incluindo a Igreja Católica, para assimilar culturalmente as crianças indígenas.

O último encontro, antes da cerimônia de despedida no aeroporto de Iqaluit e do retorno a Roma, será com os jovens e os idosos.

"Rezemos para que esta peregrinação seja mais um passo significativo na longa jornada de cura, reconciliação e esperança", são as palavras do arcebispo católico de Edmonton, Dom Richard Smith, coordenador geral da visita.

InfoANS

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