Diante de centenas de paroquianos, Dom Humberto Tapia Díaz, atual Bispo de Chachapoyas, apresentou a nova oração pela Causa de santidade, a fotografia oficial e a primeira escultura do Venerável. A data foi propícia, pois comemorava-se o centenário de sua Ordenação episcopal e o 19º aniversário do decreto da Congregação para as Causas dos Santos que aprovava o pedido diocesano. Na ocasião, foi celebrada mui solene Eucaristia na Catedral, seguida por uma cerimônia protocolar de promoção da Causa.

A cerimônia contou com a presença do P. Humberto Chávez, Vigário da Inspetoria PER, e de David Franco, historiador da Inspetoria Salesiana do Peru, que representou a Família Salesiana em Chachapoyas. A cerimônia também foi transmitida ao vivo pelas redes do Bispado e dos Salesianos do Peru.

Anteriormente, a delegação havia visitado a sede do bispado e os arquivos da diocese. Graças à orientação do P. Juan Rimachi e do pesquisador Alejandro Alvarado, fora possível encontrar a documentação que faltava para o processo diocesano no Arquivo Histórico Salesiano do Peru. O Arcebispo, Dom Tapia Díaz, autorizou a reprodução dos papéis, que completarão a documentação sobre a Causa.

O busto de Dom Ortiz, do escultor peruano Raúl Franco, de Lima, foi apresentado pelos Salesianos do Peru ao Bispado de Chachapoyas como símbolo do novo impulso dado à Causa de santidade do primeiro sacerdote salesiano peruano e do primeiro membro da Sociedade de São Francisco de Sales a ser ordenado bispo no Peru.

Octavio Ortiz Arrieta, nascido em Lima (Peru) em 19 de abril de 1878 e falecido em Chachapoyas (Peru), em 1º de março de 1958, foi o primeiro salesiano peruano e, durante 37 anos, bispo de Chachapoyas.

Ele nasceu em Lima, em 19 de abril de 1878. Em dezembro de 1893 ingressou na escola profissionalizante - criada pelos salesianos para os menores mais necessitados – para aprender carpintaria, depois passou para entre os estudantes. Fez o noviciado em Callao e, em 1902, os votos perpétuos nas mãos do P. Paolo Álbera, que na época era o visitador extraordinário. Permaneceu na mesma casa como assistente, professor e estudante, primeiro de filosofia e depois de teologia. Em 1906 foi enviado para fundar uma nova escola profissional na cidade de Piúra. Em 27 de janeiro de 1907 foi ordenado sacerdote. Depois da obra de Piúra, foi convocado para dirigir as obras de Cuzco e de Callao.

Ali, enquanto se dedicava ao trabalho com os jovens, em 21 de novembro de 1921 foi nomeado bispo da distante Diocese de Chachapoyas, na Cordilheira Andina do Norte. Foi ordenado bispo no Templo de Maria Auxiliadora, em Lima, em 11 de junho de 1922. A cidade de Chachapoyas fica a 2.300 metros acima do nível do mar, enquanto a diocese compreendia um território de 95.200 km2 e uma população de 250.000 almas. Sua vida foi uma jornada contínua: longos dias a cavalo, a pé, na serra, nas florestas, nos rios. Subia até picos gelados e depois descia em direção aos vales tórridos. Desde o início, organizou Missões e Exercícios Espirituais para o povo e para os sacerdotes. Estendeu este intenso programa, que variava de ano para ano, a todos os centros de sua diocese. Catequese e pregação, cuidado dos sacerdotes e seminaristas, e promoção das vocações foram o trabalho simples e concreto de todos os seus 37 anos de episcopado. Durante todo este tempo, manteve o estilo salesiano: amável, acolhedor, geralmente alegre, próximo do povo. Era um organizador nato: realizou oito visitas pastorais; celebrou três Sínodos diocesanos e organizou um bem-sucedido Congresso Eucarístico. Reorganizou os arquivos paroquiais; criou Associações e Confrarias; publicou um jornal. Quando o Arcebispado de Lima ficou vago, o Núncio Apostólico, em nome do Papa, o ofereceu a ele. Dom Ortiz agradeceu mas declinou a proposta, dizendo que estava "casado" com sua diocese e queria permanecer entre o povo de seus ‘pueblos’ até à morte. Morreu em Chachapoyas no dia 1º de março de 1958, aos 79 anos. Em 27 de fevereiro de 2017, o Papa Francisco declarou-o Venerável.

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